Sintetro dialoga com a Câmara Municipal sobre pagamento do 13º salário

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), informou esta semana, que as empresas não têm como pagar a primeira parcela do décimo terceiro salário aos trabalhadores do sistema de transporte público coletivo no próximo dia 30 de novembro.

De acordo com o Setut, a Prefeitura de Teresina não repassou o valor mensal para fomentar as empresas. Em entrevista ao Portal R10, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Em Empresas de Transportes Rodoviários No Estado do Piauí (Sintetro), Antônio Cardoso, disse que uma audiência foi marcada para esta quinta-feira (24), às 10h, no Tribunal Regional do Trabalho, para discutir a questão.

Conforme Antônio, os trabalhadores do transporte público de Teresina não querem aderir uma paralisação ou greve para que esse impasse seja resolvido.

"Têm audiência amanhã no TRT, com relação a essa questão do décimo terceiro que, o Setut diz que não paga porque não recebeu nenhum benefício da prefeitura juntamente com a Strans. Aí, a gente pediu uma audiência na Conduta Emanoel Dias, amanhã às 10h da manhã, pra gente ver qual o segmento que tem daí pra frente, porque a gente não quer é isso, não quer greve, não quer paralisação. A gente que resolva essa solução, pelo menos, esse ano aqui", afirma.

Segundo o presidente, a Sintetro conversou nesta quarta-feira (23), com os vereadores Enzo Samuel (PDT) e Evandro Hidd (PDT), para abordar o assunto na Câmara Municipal de Teresina. Antônio afirma que será enviado um ofício a todos os vereadores da Câmara, pois, o Legislativo está "omisso" em relação à situação que assola o transporte.

“A gente conversou ontem com o Evandro e também com o Enzo. Eles iam falar sobre esse assunto hoje com os vereadores e pediram pra gente vir assistir aqui, essa seção, e se for possível a gente falar também. Mas, no caso, a gente veio aqui mais como telespectador e a gente vai enviar um ofício para cada vereador também falando dessa situação, até porque eles têm que nos ajudar, porque foram eleitos para isso e a população espera alguma coisa também do legislativo aqui, porque a gente tá vendo que tá um pouco omisso com relação ao transporte”, disse.

Antônio diz que a maior preocupação dos trabalhadores era a convenção de 2023, onde seria discutido possíveis ajustes trabalhistas, porém, o pagamento do décimo terceiro salário é uma situação mais urgente.

“Na realidade, a nossa reivindicação maior, já era a convenção do ano que vem. A gente pensou que tinha até avançado, a gente procurou se antecipar, tivemos já, cinco vezes reunido com o Bruno, superintendente né, e também umas quatro vezes com o André, secretário de governo da prefeitura e uma vez com o Setut. A gente pensou que já tinha bastante avanço com relação a nossa negociação e, na realidade, não foi isso que aconteceu”, contou.

Além do décimo terceiro, a Sintetro reivindica o pagamento da diária referente ao segundo turno das eleições que aconteceu no dia 30 outubro, na qual a Prefeitura de Teresina institui passe livre no trasnporte público. Cardoso, afirma, que muitos trabalhadores tiveram que trabalhar em sua folga e a responsabilidade do pagamento ficou com a Prefeitura, porém, até o momento, o valor não repassado.

“Com relação ao dia 30 de outubro, os trabalhadores até hoje não receberam, e a prefeitura ficou de pagar, a gente teve que pedir pros trabalhadores ir trabalhar na sua folga e não receberam”, complementou.

Ainda em entrevista ao Portal R10, o presidente da Sintetro disse que os trabalhadores estão se sentindo “usados”. Mesmo diante da situação, Cardoso salientou que, por enquanto, uma greve não está sendo visualizada, porém, essa decisão dependerá das circunstâncias do caso.

“A gente nunca foi a favor de greve, a gente sempre é a favor do diálogo, mas, diante dessa situação, é de certa forma parece que a gente tá sendo usado, como sempre pelo Setut, porque eu acho que essa parte aí, deveria ser o jurídico do Setut com a prefeitura, com a Strans, aí, no entanto, eles descontam no trabalhador, não pagam o trabalhador e a gente fica acuado e tem que procurar uma saída”, finalizou.