O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador, apelidado de AMLO por seus apoiadores, venceu com folga as eleições presidenciais do México nesse domingo (02).
"Convoco todos os mexicanos à reconciliação e a colocar acima dos interesses pessoais, por mais legítimos que sejam, o interesse superior", declarou AMLO, logo após aos primeiros resultados indicarem a sua vitória. Ele assumirá a presidência no dia 1º de dezembro.
AMLO, de 64 anos, conquistou a maioria do eleitorado mexicano após duas tentativas frustradas, em 2006 e 2012, quando atribuiu suas derrotas a fraudes eleitorais.
Campanha violenta
Durante a campanha, definida por vários especialistas como a mais violenta da história do país, 133 políticos ou ativistas envolvidos nas eleições foram assassinados. Em meio a este cenário instável, López Obrador e seu círculo mais próximo optaram por uma atitude cautelosa, prometendo "não espionar nem reprimir" e garantir o "direito à crítica e à divergência".
Entre os vários desafios de seu governo, Amlo será forçado a confrontar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou romper o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que também abrange o Canadá, além de pretender iniciar a construção de um muro na fronteira comum, após acusar seu vizinho do sul de "nada fazer" contra a imigração clandestina proveniente da América Central.
Em seu discurso após a vitória, Amlo disse que buscará uma relação de "amizade e cooperação" com os EUA, mas ressaltou que esta deverá ser "baseada no respeito mútuo"
Trump, através do Twitter, parabenizou o mexicano, afirmando que está "muito ansioso para trabalhar com ele". "Há muito a ser feito em tanto benefício dos EUA quanto do México", disse o americano.