Casa de farinhada, farinha, tradição e cultura. Estas palavras podem ser consideradas sinônimos no vocabulário do povo cabeceirense. Estes são os ingredientes de uma atividade que ainda se mantém viva no município de Cabeceiras do Piauí até os dias de hoje. Dela participam homens e mulheres, cada segmento com suas funções bem definidas contribui para a produção da farinha, da goma, do beiju de forno e de outros subprodutos, como por exemplo a puba, em uma combinação quase que perfeita.
A farinhada, também conhecida como "desmancha", faz parte de uma das mais antigas e importantes atividades econômicas do município e ao longo dos anos vem passando de geração em geração. Esta tradição secular é uma das mais valorizadas, inclusive no Estado do Piauí, apesar de tão antiga prevalece até hoje e geralmente acontece entre os meses de julho e agosto.
Esta tradição é herdada dos colonizadores portugueses, pois foram eles que aprenderam a arte de transformar mandioca em goma e farinha com os índios ainda no século XVI. Muitos cabeceirenses se identificam com esta realidade e ainda lembram da luta árdua de seus avós e pais.
“É muito bom saber que, mesmo com o avanço da tecnologia, alguns pequenos produtores rurais ainda mantêm esta tradição viva. Não tem coisa melhor que chegar em uma casa de farinha e sentir aquele cheiro gostoso de 'mãe de poeira', e a farinha torradinha na hora, sem falar dos beijus (tapioca). Que saudades!”, relata o internauta Francisco Araújo, que atualmente reside no Estado de São Paulo, mas é um cabeceirense nato, cuja família mora na localidade Morrinhos, deste município.
Já o vereador Ricardo Barbosa observa que as farinhadas trazem interação e integração entre as pessoas, além de ser uma importante fonte de renda das famílias do meio rural.
Veja fotos de uma casa de farinhada que fica na localidade Volta do Rio, no município de Cabeceiras!
Com informações e fotos de Gustavo Menezes.
Edição: Francisco Rocha.