O capitão Allisson Wattson, acusado de matar a estudante Camilla Abreu, de 21 anos, disse em depoimento a Polícia Civil que o tiro no rosto disparado contra a jovem foi acidental.
Segundo o delegado Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios, o PM afirmou que teve uma discussão com Camilla, ela tomou sua arma e ele tentou pegar de volta, momento que a pistola disparou.
“À Polícia Civil ele deu uma versão. A Delegacia de Homicídios não acredita na versão dele. Apesar de ele estar acompanhado por bons advogados que evidentemente devem ter instruído ele. Mas a Polícia Civil não acredita porque a dinâmica é totalmente diferente. Ele, em defesa diz que foi um tiro acidental, que teve uma discussão com ela e tentou tomar a pistola que ela pegou e a pistola disparou. Só que a dinâmica mostra diferente, até porque você ver que os passos dele subsequentes são tentar destruir as provas e ocultar o cadáver”, explicou o delegado.
Entenda o caso
Camilla desapareceu na quarta-feira (25). A última vez que foi vista estava em um bar na zona leste da Capital com o namorado, o PM Allisson Wattson, que ficou incomunicável durante dois dias após o desaparecimento da jovem. Ele retornou na sexta-feira (27) informando que não sabia sobre o sumiço de Camilla.
No sábado (28), o PM foi visto em um posto de lavagem na beira do Rio Parnaíba. O carro estava sujo de sangue. Ele ainda chegou a trocar o estofado do carro e tentou vender o veículo, mas não conseguiu por conta do forte cheiro de sangue.
Em depoimento à polícia, Alisson disse que havia vendido o carro, mas não lembrava para quem. Depois, ele se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar. Na manhã desta terça, o delegado Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios, confirmou a morte da jovem.
O corpo de Camilla foi achado na tarde de ontem em estado avançado de decomposição, em um matagal, na zona rural de Teresina. Allisson confessou o crime, foi preso e transferido para o presídio militar.