Áudios que circulam em grupos de WhatsApp, e obtidos pelo Portal R10, trazem acusações graves feitas por uma eleitora de Palmeirais contra o vereador eleito Shamuray Soares de Carvalho, conhecido como Shuray do Arroz. Nos áudios, a eleitora relata que ela e o marido teriam acordado o recebimento de R$ 2 mil, mas afirma que ainda não receberam a quantia integral, faltando R$ 400,00 para completar o valor acordado.
A mulher revela na gravação detalhes da suposta transação durante uma conversa com outra mulher. Além disso, menciona também ter gravado outro candidato a vereador, identificado como Nelson Miranda, afirmando que fez a gravação por ser aliada de Shuray do Arroz e queria demonstrar para o mesmo a sua fidelidade. A eleitora ainda aponta que a divulgação do áudio teria sido promovida por uma prima de Shuray.
"Eu tô nessa porque queria ser fiel ao Shuray, meu vereador [...] Fui querer ser boa, fiel, porque eu poderia muito bem ter recebido o dinheiro do Nelson [candidato a vereador] e não ter falado nada pra ninguém, mas não, fui gravar pra mostrar que eu era fiel", disse.
Vereador flagrado tentando comprar voto
O vereador reeleito Nelson Miranda teria sido gravado pela mesma eleitora, que disse ser aliada de Shuray do Arroz, tentando comprar seu voto. A gravação circulou nas redes sociais dias antes das eleições deste ano.
No áudio, Nelson pede voto a mulher. "Já tenho compromisso", respondeu a eleitora indicando posteriormente que ela e seu marido votariam em Shamuray.
Em seguida, Nelson propõe à eleitora, que trabalha fazendo bolos, que votasse nele em troca de indicá-la para fornecer bolos para a secretaria municipal de educação. No decorrer da conversa, a eleitora afirma que vai conversar com o marido para analisar a proposta.
O Ministério Público Eleitoral e a Coligação “Palmeirais que queremos” ajuizaram as AIJEs 0600446-80.2024.6.18.0008 e 0600447-65.2024.6.18.0008, contra Nelson Miranda alegando que ele praticou captação de sufrágio durante as eleições de 2024.
Defesa de Nelson Miranda
Em nota divulgada, a defesa do vereador reeleito afirma, com relação ao áudio sobre compra de voto, que "a prova é ilícita, pois se trata de gravação ambiental, produzida sem autorização judicial, sem anuência de um dos interlocutores, de forma sub-reptícia e em local privado, quebrando a expectativa de privacidade das partes".
Afirma ainda que Nelson "nunca prometeu, ofereceu ou entregou vantagem a eleitores" e que a vitória dele na campanha eleitoral "se deu de forma lícita, resultado apenas do carisma, e sem qualquer emprego de práticas abusivas, notadamente a captação de sufrágio (compra de voto)".
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