Ontem, o dia começou com uma cerimônia no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Lula, ministros de Estado, além de representantes dos poderes Legislativo e Judiciário, para marcar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro. Durante o evento, 21 obras que haviam sido danificadas nos ataques dos extremistas e que passaram por um cuidadoso processo de restauração foram devolvidas ao acervo do governo.
Entre as peças de arte que retornaram ao Planalto está o relógio de mesa fabricado por Balthazar Martinot e André Boulle no século XVII e que pertenceu a Dom João VI. O relógio foi recuperado na Suíça, sem custo para o governo brasileiro. Outras obras devolvidas ao acervo foram uma ânfora italiana em cerâmica esmaltada, que foi quebrada em 180 pedaços, e o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, perfurado em 7 lugares pelos golpistas.
Em uma fala curta, o presidente Lula fez um link entre o título do filme “Ainda Estamos aqui”, de Walter Salles, que rendeu recentemente o Globo de Ouro de melhor atriz para Fernanda Torres, e o ato de defesa da Democracia. O filme conta a história do ex-deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto durante a ditadura militar. “Hoje é dia de dizer em alto e bom som: Ainda estamos aqui. Estamos aqui vivos e a Democracia está viva. Estamos aqui porque a Democracia venceu”, disse o presidente Lula.
Após concluída a parte da cerimônia programada para o interior do Palácio do Planalto, o presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva, os representantes do STF e do Congresso Nacional, além dos ministros de Estado e convidados especiais se dirigiram à praça dos Três Poderes para um abraço simbólico à Democracia.