Em Picos, os moradores que sofreram com as enchentes desta semana, contabilizam e avaliam os prejuízos causados.
O empresário Kaio Rafael Silva, dono de um depósito de gás de cozinha, foi atingido pela vazão do riacho dos Macacos, que transbordou no bairro Emaús e mais de 400 botijões que a empresa tinha foram levados pela água. Ele relembrou que outra grande enchente atingiu a cidade em 2004, mas não tão forte quanto esta de 2025.
Os veículos de transporte do depósito também foram inundados. Além disso, Kaio levou um choque elétrico tentando fechar os portões para que a enchente não invadisse sua casa, que fica no primeiro andar, acima da loja.
"Tivemos os dois carros e as quatro motos alagadas. Eu acordei por volta das 3h na terça-feira (14). Eu achei que seria só uma chuva e ai a água começou a entrar de uma vez, quebrando muro, quebrando portão. Quebrou os dois muros, da frente e de trás, e levou todos os botijões rio abaixo. Tinha em media de 475 vasilhames", disse o empresário.
Na casa do funcionário público Alan Brito a força da água derrubou o muro da residência.
"Eu, graças a Deus, estava viajando com a minha família e é por isso que nos restou algo. Nosso carro, algumas roupas nas malas de viagem", afirma Alan.
A dona de casa Valdeci não teve a casa atingida pela água, mas distribui água potável para os vizinhos e presta ajuda às famílias.
O Governo do Piauí declarou, na quinta-feira (16), estado de calamidade pública em Picos, município 311 km ao Sul de Teresina, devido aos graves danos causados pela chuva que ocasionou a morte de dois homens. As vítimas foram o gerente de banco José Marcondes Barros, de 53 anos, e o motociclista Francisco Vicente da Rocha, de 45 anos.