Primeiro é preciso explicar os juros. Uma forma simples de traduzir é dizer que o juro é o valor do dinheiro no tempo, ou como se fosse um aluguel que se paga para pegar dinheiro emprestado (ou que se recebe para emprestar dinheiro). Por isso, o juro sempre estará associado a esses dois fatores: 1) o valor envolvido na transação; e 2) o tempo.
Desta forma, bancos e outras instituições financeiras fazem o meio de campo entre quem tem o dinheiro (poupador ou investidor) e quem precisa daquele dinheiro (tomador ou devedor). Nessa troca entre um e outro surgem os juros.
Funciona assim: a pessoa que poupa ou investe seu dinheiro em uma instituição financeira vai emprestar aquele dinheiro a um tomador/devedor. Este devedor então pagará o valor recebido mais juros à instituição financeira. Por fim, o banco fica com uma parcela do valor pago como remuneração e devolve a quem poupa/investe a quantia previamente emprestada, mas com juros no momento futuro, conforme combinado.
No Brasil a taxa de juros mais conhecida é a Selic. Isso porque ela é a taxa básica de juros da economia brasileira. Isso significa que a Selic acaba influenciando todas as outras taxas de juros como a de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
De forma simplificada, o valor da Selic aponta o que o governo paga de juros para as instituições financeiras que compram títulos públicos do Tesouro Nacional.
Mas a Selic, na verdade, é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação do país. Quando o Banco Central quer reduzir a inflação, ele aumenta a Taxa Selic porque, assim, aumentará o “custo” do dinheiro. Com isso, fica mais caro pegar empréstimos, fazer financiamentos e consumir. A redução do consumo força uma redução da inflação.
Na última quarta-feira (29/1), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira, aumentando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. A taxa de juro real é calculada a partir da taxa de juros nominal de um país (aquela definida pela autoridade monetária nacional, como a Selic no caso brasileiro), descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses. Com isso, o juro real brasileiro atualmente , passou a 9,18%, superando a Rússia (8,91%) e a Argentina (6,14%), que recuou da primeira à terceira posição do ranking após o mais recente corte de juros.
A taxa de juros é um dos conceitos financeiros fundamentais que os investidores, os contribuintes em geral, devem entender. Ela é essencial para compreender o quanto você pode ganhar ou perder com um investimento ao longo do tempo. A taxa de juros pode ser definida como a relação entre os valores pagos ou recebidos no fim de um período pré-acordado. Em outras palavras, a rentabilidade de qualquer operação, seja na forma de dividendos ou de dinheiro, pode ser classificada como juros. Resumindo, o tomador do dinheiro devolverá ao banco um valor maior do que foi emprestado e o investidor vai receber um montante maior do que o investido.
E é nesse momento que surge a taxa de juros, que é calculada em percentual.
Uma das maiores relação entre a taxa de juros é a inflação , quando o limite da meta da inflação corre o risco de ser ultrapassado, o Banco Central- BC usa como estratégia para tentar conter essa alta a elevação dos juros. Como a Selic maior representa uma inibição ao consumo, diminui-se a pressão de alta sobre os preços no país. Mas, por outro lado, quando a inflação está controlada e o governo quer incentivar a economia, ele pode reduzir a taxa Selic. As taxas de juros menores estimulam o crédito e o consumo, que, por sua vez, estimula a economia. Assim, a Selic é uma forma de o governo, através do Banco Central manejar a inflação no país. Com a Selic alta há menos crédito no mercado, menos dinheiro circulando e a procura por produtos e serviços é menor.
No que concerne ao cambio,, já é quando a Selic está alta, muitos investidores e especuladores estrangeiros aplicam dinheiro no Brasil para aproveitar a alta dos juros. Desta forma, circula muito mais dólar na economia brasileira, o que pode fazer o real, ou seja, a nossa moeda, ganhar força. Dessa forma, quando a taxa de juros sobe, o real tende a se valorizar diante do dólar, diminuindo o custo de importados.
As taxas de juros afetam o dia a dia de todas as pessoas, pois elas têm influência em diversas áreas da economia. Entre elas, os investimentos.
Alguns tipos de investimento, particularmente aqueles da renda fixa, funcionam, em certa medida, como um empréstimo de dinheiro entre o investidor e instituições financeiras ou empresas. Quando o investidor empresta dinheiro para um banco financiar suas operações, fará isso investindo em um CDB (Certificado de Depósito Bancário). Quando opta por emprestar para que o banco, por sua vez, financie o agronegócio ou o setor imobiliário, fará isso investindo em uma LCA ou LCI (Letra de Crédito do Agronegócio e Letra de Crédito Imobiliária).
Já se o investidor preferir emprestar seu dinheiro para uma empresa, pode fazer isso investindo em debênture
Valmir Martins Falcao Sobrinho
Economista e Advogado