O senador Humberto Costa (PE) foi escolhido para ocupar a presidência interina do PT até a eleição interna prevista para julho, após a saída de Gleisi Hoffmann para assumir a articulação política do governo. Em entrevista recente, o petista defendeu a revisão dos termos da federação do partido com o PCdoB e o PV, afirmando que, no formato atual, o PT saiu em desvantagem em relação ao número de vagas no Legislativo, o que prejudicou a sigla.
"Acredito que a federação representou mais perdas do que ganhos para o PT. Estamos federados com partidos de importância política, mas, caso essa união seja mantida, precisamos rediscutir seus princípios e estatutos. O PT, que foi o principal responsável por construir a 'cauda' necessária para eleger parlamentares, acabou deixando de conquistar mandatos importantes", afirmou.
Diferentemente de uma coalizão, a federação partidária funciona como um teste para uma eventual fusão ou incorporação de legendas. Dessa forma, os partidos atuam de maneira unificada em todo o país, como se fossem uma única agremiação, podendo lançar candidatos tanto em eleições majoritárias quanto proporcionais. Isso significa que um candidato de uma sigla com poucos votos pode ser eleito graças ao desempenho de outro partido da mesma federação que teve a melhor votação.
Humberto Costa não descartou a possibilidade de manter o acordo, mas ressaltou a necessidade de uma revisão no estatuto para garantir que os partidos tenham pesos diferentes nas eleições parlamentares. Segundo ele, essa mudança permitiria ao PT eleger mais congressistas.
“Havendo uma readaptação do estatuto, acredito que podemos ter a continuidade. Caso não aconteça, não será vantagem para o PT. Vamos discutir", concluiu.