O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem manifestado nos bastidores seu apoio a Edinho Silva como nome favorito para assumir a presidência do partido, segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto. Apesar das sugestões de outros candidatos, Lula mantém sua preferência pelo ex-prefeito de Araraquara e tem dado sinais de que apoia sua autonomia na definição da nova composição da direção partidária.
A principal questão em disputa dentro do PT envolve o controle da Secretaria de Finanças, responsável pela gestão do fundo eleitoral e do fundo partidário. Essa posição estratégica dá ao ocupante um peso significativo na administração da legenda. Atualmente sob comando de Gleide Andrade, a tesouraria é vista como um dos principais pontos de resistência do grupo alinhado à ex-presidente do partido e atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O grupo de Gleisi, que inclui figuras como Jilmar Tatto e o deputado José Guimarães, busca manter influência na estrutura partidária.
A disputa pela sucessão na presidência tem aprofundado as divisões dentro da corrente majoritária do partido, a Construindo um Novo Brasil (CNB), à qual o próprio Lula pertence. O presidente, no entanto, tem optado por uma postura discreta, deixando espaço para que os diferentes grupos negociem uma solução.
O time de Edinho Silva conta com o apoio de nomes como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ex-ministro José Dirceu. Outros petistas influentes, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, são mencionados como simpatizantes da candidatura de Edinho, mas têm evitado se envolver diretamente na disputa.
Nesta terça-feira (11), está prevista uma reunião entre Edinho Silva e Gleisi Hoffmann em Brasília. A expectativa é de que o encontro possa encaminhar um acordo e reduzir as tensões entre as alas internas do partido. Durante o fim de semana, Edinho divulgou um vídeo em que pediu o apoio de Gleisi e criticou vazamentos sobre um encontro recente entre ele, a ministra e Lula, no qual a sucessão petista foi debatida.