A Fundação Municipal de Saúde (FMS) investiga a morte de duas crianças por suspeita de dengue em Teresina. Ana Clara Carvalho, de 6 anos, e Ayla Bendita Monteiro, de 3, moravam na Ocupação Mirante do Uruguai, zona Leste da capital. Ana morreu no dia 21 de março e Ayla, no último domingo (6).
Ana Clara foi internada no HUT entre fevereiro e março com encefalite viral. Testes iniciais apontaram reatividade para diferentes vírus, o que pode indicar reações cruzadas. Exames mais detalhados foram enviados ao Instituto Evandro Chagas e o resultado deve sair em até 60 dias.
No caso de Ayla, o atestado de óbito apontou gastroenterite e sepse. Ela chegou a ser levada à UPA do Satélite, mas não resistiu.
Se confirmadas como dengue, as crianças seriam as segunda e terceira vítimas da doença no Piauí este ano. A primeira foi Isabelle Félix Evangelista, de 12 anos, que morreu em Floriano no fim de fevereiro.
Confira nota da FMS na íntegra
Nota de esclarecimento
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) esclarece que está investigando a causa da morte de uma criança vitimada por “encefalite viral” e que esteve internada no Hospital de Urgência de Teresina, entre fevereiro e março do corrente ano.
Os exames preliminares realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (LACEN-PI) mostraram positividade/reatividade para vários vírus distintos, constantes no painel de investigação laboratorial de rotina implementado pelo Serviço de Vigilância em Saúde da FMS, em 2013.
Essa situação configura o que denominamos “reações cruzadas” entre os testes baseados na detecção de anticorpos contra vários vírus, provavelmente por hiperativação do sistema imunológico frente a um adoecimento grave.
Dessa forma, não é possível ainda afirmar que a inflamação do cérebro e, portanto, que a morte da criança tenha sido causada por dengue.
Todos os exames que podem trazer certeza ao diagnóstico de uma infecção (baseados na técnica RT-PCR, em que se detecta o material genético do vírus) realizados no LACEN mostraram-se negativos. Entretanto, amostras de sangue, de urina e do líquido cefalorraquidiano da criança foram encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas – laboratório de referência do Ministério da Saúde para diagnóstico de infecções por arbovírus.
No referido instituto, exames mais aprofundados poderão esclarecer qual a real causa da morte da criança. O prazo estimado para liberação desses exames é de 60 dias.
Já quanto ao óbito de uma outra criança, em tese, vizinha da que sofreu encefalite, ressalta-se que o caso foi analisado pelo Serviço de Verificação de Óbito de Teresina, concluindo-se, no atestado de óbito emitido pelo médico patologista por gastroenterite e sepse (infecção generalizada) como causas da morte.