O cenário político do Piauí volta a ser atingido por denúncias que escancaram a presença do crime organizado nas estruturas públicas. Desta vez, o foco está sobre o vereador Francisco das Chagas, conhecido como Franciner Zuza (REP), do município de Sigefredo Pacheco, recentemente condenado a três anos de prisão por associação para o tráfico de drogas.
A sentença foi assinada pelo juiz Leonardo Trigueiro, que também condenou outros três envolvidos: o irmão do vereador, Ronaldo Pereira de Oliveira, além de Ana Paula dos Santos Pereira e Francisco José Araújo de Moura. O grupo já era investigado desde 2017 e foi alvo de operação da Polícia Civil do Piauí, que apontou atuação conjunta em atividades criminosas ligadas ao tráfico de entorpecentes.
Apesar da condenação, Franciner Zuza não será preso de imediato. A pena foi convertida em duas medidas alternativas: prestação de serviços à comunidade e pagamento de valores em caráter de prestação pecuniária. Isso significa que ele seguirá em liberdade, com direito a recorrer da decisão, enquanto mantém seu mandato na Câmara Municipal.
Franciner foi eleito com 481 votos nas eleições de 2020, sendo o sétimo vereador mais votado de Sigefredo Pacheco. Mesmo com a sentença em vigor, ele continua exercendo seu mandato, recebendo salário pago com recursos públicos e representando o município.
O caso reacende o debate sobre a presença de figuras com histórico criminal em cargos eletivos e o aparente esvaziamento dos mecanismos de controle e responsabilização política no país.
A situação de Franciner Zuza não é isolada. Neste mês, a vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros (PSB), foi presa sob acusação de envolvimento com facção criminosa. Segundo as investigações, Tatiana teria recebido apoio financeiro do grupo durante sua campanha e estaria envolvida em lavagem de dinheiro por meio de uma ONG de fachada.