Uma advogada de 34 anos denunciou à Polícia Civil ter sido vítima de estupro de vulnerável durante uma festa realizada no Clube dos Subtenentes e Sargentos, localizado no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina. O caso foi registrado na Central de Flagrantes RISP II na quinta-feira (19).
Segundo o relato da vítima, identificado no boletim de ocorrência, ela havia conhecido um grupo de homens no mesmo dia e, após aceitar o convite para a festa, consumiu bebidas alcoólicas no local. Pouco depois, perdeu a consciência e acordou horas depois completamente nua, dentro de um quarto trancado.
Ela relatou que foi convidada para o evento enquanto estava em um posto de combustíveis próximo, onde buscava se alimentar. Dois homens, supostos amigos de um conhecido, a levaram ao clube onde ocorria a confraternização. A entrada foi livre e a festa ainda não havia começado quando ela chegou.
Conforme a vítima, as bebidas foram oferecidas pelo grupo e, por volta das 16h, ela passou a se sentir mal. Os homens, então, sugeriram que ela descansasse em um dos quartos do clube. O espaço foi destrancado com a ajuda de um garçom e de um dos homens, que se identificou como irmão de um dos convidados. Ela afirmou que adormeceu vestida e, ao acordar, percebeu estar sem roupas, com a porta trancada por dentro.
Em meio ao desespero, conseguiu encontrar um molho de chaves, entre elas a que abriu a porta. Do lado de fora, encontrou os mesmos quatro homens com quem estava. Um deles negou que ela tivesse sido abusada, mas a advogada afirma que sofreu estupro anal e vaginal enquanto estava inconsciente. Ela também notou que seu celular havia sido desligado e a senha alterada.
A vítima buscou ajuda no palco da festa e pediu socorro. Uma assistente social, que estava presente, acionou a Polícia Militar. A advogada foi conduzida à Central de Flagrantes, onde foi ouvida e encaminhada para realizar exames de corpo de delito, coleta de secreções, toxicológico e profilaxia para ISTs.
Nas redes sociais, a advogada declarou não ter vergonha de contar o que ocorreu e sugeriu que pode ter sido drogada. Também relatou que compras suspeitas foram feitas em seus cartões de crédito e que os bloqueou. Um dos suspeitos foi levado à Central, e posteriormente, outros envolvidos foram identificados e ouvidos.
A Polícia Militar do Piauí emitiu nota negando qualquer envolvimento de policiais militares no crime e criticou veiculações que relacionaram a instituição ao caso. Destacou que todos os envolvidos são civis e que a própria vítima confirmou essa informação.
A Associação dos Advogados e Defensores Públicos Criminalistas do Estado do Piauí (AADPCEPI) também se manifestou, prestando solidariedade à vítima e cobrando apuração rápida dos fatos. A entidade afirmou que acompanhará o caso até que todos os responsáveis sejam punidos.
O caso segue sob investigação pela Polícia Civil. Até o momento, ninguém foi preso.
NOTA DE REPÚDIO DA AADPCEPI
A Associação dos Advogados e Defensores Públicos Criminalistas do Estado do Piauí - AADPCEPI manifesta sua mais profunda solidariedade e repúdio diante do relato de violência brutal sofrida por uma colega advogada. Esse ato hediondo e covarde fere gravemente a integridade e a dignidade da vítima, causando-lhe danos irreparáveis. Comprometemo-nos a acompanhar todas as medidas até que os responsáveis sejam identificados, processados e punidos conforme a lei. Acreditamos que a justiça deve ser feita de forma célere e eficaz, garantindo que a vítima receba o apoio necessário para superar essa traumática experiência. Nossa entidade se compromete a trabalhar incansavelmente para assegurar que os culpados sejam levados à justiça. A voz da vítima deve ser ouvida e respeitada em todas as etapas do processo. Vamos trabalhar para garantir que suas necessidades sejam atendidas e que ela receba a atenção e o apoio necessários para sua recuperação. Desde o início, estamos ao lado dela, (Dr. Marcus Nogueira e Dr. Albelar Prado) acompanharam, além do apoio emocional, as investigações, exames e diligências na Central de Flagrantes. Nossa solidariedade não se limita apenas à vítima, mas também a todos os que foram afetados por esse ato de violência. Estamos unidos nessa luta pela verdade, pela justiça e pela proteção dos direitos humanos. Vamos continuar trabalhando juntos para construir uma sociedade mais justa e segura, onde todos possam viver sem medo de violência e abuso.