Eu, como Geógrafo e Professor, não poderia deixar de fazer uma crítica com relação a fusão de dois importantes ministérios do futuro governo em 2019. Será claro como águas cristalinas — cada vez mais raras — que fundir dois órgãos não-convergentes e com autonomia próprias: O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o Ministério do Meio Ambiente, levará a uma fragilização das agências estatais de temas ambientais como o ICMbio e Ibama. Essa ação, na sua essência, é um ato descompromisso com a questão ambiental. Deus e o mundo sabem que o maior contribuinte de emissões de gases do efeito estufa no Brasil é o Agronegócio. Isso mesmo, o agronegócio, que avança pelas ultimas fronteiras agrícolas: Amazônia legal e os cerrados setentrionais brasileiro ... é triste
No momento atual em que o Brasil se mostra como signatário em vários compromissos de caráter ambiental, no momento em que o Brasil se coloca como um “Global Play” contribuindo para a concretização de tratados, protocolos e acordos globais para consolidar o processo do desenvolvimento sustentável, a ação da fusão, é no mínimo o início da irresponsabilidade ambiental dentro de um contexto de governança global — um Donald Trump já é ruim, um outro surgindo, sendo este, um “Trump tupiniquim, ai já é demais — Estamos assistindo um processo inicial da desglobalização do ponto de vista ambiental
Acordos, como o acordo de Paris – aceito na COP21, em 2015 — com a consequente ratificação dos compromissos voluntário pelo Brasil quando da aprovação pelo congresso brasileiro em 2016 — Onde o estado brasileiro se comprometeu em reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, estará sendo inviabilizada.
Não haverá, com essa fusão, a possibilidade do Brasil fazer com que agronegócio brasileiro venha cumprir com a meta de restaurar e reflorestar uma área de 12 milhões de hectares e, além disso, restaurar mais 15 milhões de áreas degradadas e aumentar em 5 milhões de hectares o sistema de integração lavoura pecuária e floresta em função da fragilidade que estará sendo impostas as agências ambientais e do Ministério do Meio Ambiente frente aos que comandarão o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) — que estará a serviço da bancada ruralista —. Alguém duvida?
Pronto! Falei ...