Um mês depois da derrota de Ciro Gomes no primeiro turno da eleição presidencial, o PDT reforça o movimento de afastamento do PT, busca uma integração com outros partidos da centro-esquerda e retoma o diálogo com antigos desafetos de legendas como o PSDB.
Com o movimento, o partido pretende criar uma nova força de oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) que possa fazer frente ao PT, que terá 53 deputados federais e seis senadores a partir de 2019. A estratégia passa pela disputa de espaços nas duas Casas Legislativas.
“Não vamos ser inimigos do PT. Mas também há um consenso na nossa bancada de que não seremos liderados pelo PT. Vamos construir o nosso caminho”, afirma o presidente nacional do PDT Carlos Lupi.
À frente das articulações, o senador eleito Cid Gomes afirma que o objetivo é construir um grupo que não será oposição sistemática ao presidente Jair Bolsonaro, mas ao mesmo também não integrará a base aliada.
A construção do grupo, afirma Cid, se dará em duas etapas. A primeira já está em curso: a criação de bloco de centro-esquerda no Congresso Nacional que deve englobar legendas como PSB, Rede e PPS.
A segunda etapa será construção de uma frente de blocos partidários que possam atuar de forma conjunta em pautas específicas e em disputas internas —caso da eleição para a presidência das Câmara e Senado.