Desde o início da década de 2000, o Brasil se tornou um país influente. As mudanças que ocorreram no mundo pós a queda do mundo de Berlim — Marco importante do fim da ordem bipolar —, o atentado do 11 de setembro que impôs uma mudança da política externa dos Estado Unidos voltada para o Oriente Médio e Europa, a crise provocada pela bolha da Internet e a crise do subprime — que produziu grave crise econômica nos países desenvolvidos em um primeiro momento — refletiram na Europa e nos Estados Unidos, a perda relativa de influência e de poder de decisão na geopolítica de contexto global com surgimento de novas economias importantes no cenário mundial
Concretamente, o Brasil passou a atuar como um dos atores principais no “palco” do mundo mundializado. Articulou ações em torno de acordos multilaterais buscando a formação de vários grupos de cooperação econômica e política como BRICS, IBAS, UNASUL, G20, G22, além de ampliar sua influência junto aos órgãos da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil está na direção geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) e da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e está atuando fortemente para que o G4 (Brasil, Índia, Alemanha e Japão) venham ser inseridos como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU
O Brasil, neste período, adotou uma política externa não atrelada à política externa dos Estados Unidos, ampliou o “leque” comercial com a América Latina, África e principalmente a Ásia — com destaque para a China em função da demanda das commodities brasileiras — adotou uma política de fortalecimento do MERCOSUL, que tornou a Argentina o nosso segundo parceiro comercial bilateral do mundo e, ao mesmo tempo, vem consolidando a nossa democracia. Todo esse conjunto de ações possibilitou o crescimento da participação do Brasil no cenário geopolítico mundial. É fato que o Brasil se tornou uma potência relativa no contexto global. Buscou ao longo deste período 2000 – 2018 se fortalecer, ampliando as relações sul-sul e, ao mesmo tempo, no “global Player, ” ser o protagonista em acordos ambientais e em algumas resoluções aprovada pela ONU.
Como vai ser a participação do Brasil a partir de 2019? O futuro governo está nos passando algumas evidências através da escolha de alguns ministros. Essas escolhas mostra um recuo neste processo de avanço como ator principal para um figurante no palco do mundo mundializado. Essa reaproximação do Brasil com os Estados Unidos é um erro gravíssimo, pois a política externa americana não serve de exemplo para um país com as nossas características e muito menos com o nosso processo histórico de formação. De ator principal na geopolítica mundial para uma marionete dos Estados unidos da América ... É Lastimável!