A terceira Lei de Newton é infalível na natureza, sobretudo, na física. Na política, que tem como principal premissa o diálogo, esta lei também se impõe. Quando se articularam para “boicotar” a posse do presidente Jair Bolsonaro, os governadores do Nordeste esqueceram da Lei do cientista inglês.
Uma coisa é a impossibilidade de comparecer ao ato solene. É importante dizer que não é imperial a presença dos governadores e de nenhum outro convidado. Imprevistos acontecem. Mas o anunciado foi mesmo um boicote à posse presidencial. Tanto das bancadas dos partidos de esquerda no Congresso: Psol, PC do B e o PT, como dos governadores dos Estados nordestinos, dentre eles, quatro petistas.
Agora veio a reação. O presidente Jair Bolsonaro deu o “troco” em sua primeira entrevista para uma emissora de TV após a posse, o SBT. Ele deixou claro que, "eu espero que quando vierem pedir alguma coisa pra mim, ou melhor, não venham pedir nada para mim, pois eu não sou presidente (isso para os governadores). O presidente deles está lá em Curitiba (refere-se ao ex-presidente Lula, condenado preso por corrupção e ocultação de patrimônio e empossado presidente por políticos e militantes de esquerda no último dia 1)”.
Bolsonaro lamentou ainda, a informação de que, "os governadores não vão ter o meu retrato em suas salas”.
Mesmo assim, Jair Bolsonaro enfatizou que pretende trabalhar em prol da população do Nordeste. “Agora não podemos, repito, prejudicar o sofrido povo nordestino por questões políticas como a nossa”, disse.
A fala do presidente está sendo interpretada no meio político como um recado aos governadores da Região Nordeste. E de fato foi. Recado sobretudo, ao governador do Piauí, Wellington Dias, articulador da frente de governadores da Região.
Difícil é acreditar que ao boicotar a posse do presidente os governadores não esperassem uma reação da parte de Bolsonaro. Afinal, a Lei de Newton é implacável. E ao preferirem seguí-la os governantes deixaram o diálogo de lado.
De fato, afinal, quem conhece o estilo Bolsonaro sabe que ele não tem papa na língua. Embora tenha consciência de que tem que governar para todos e não apenas para seus eleitores, o presidente sabe que vai enfrentar uma oposição ferrenha dos partidos de esquerda. Sabe também que a última fronteira a ser quebrada é a dos caciques políticos da Região Nordeste.
Mas ,nem tudo está perdido. O governo de Bolsonaro mira o Nordeste, sabe que é preciso mostrar presença. Mostrar uma atenção real, tão real que o nordestino sinta na pele os efeitos da presença verdadeira do Estado. O próprio presidente, e também alguns ministros, já anunciaram que a Região terá um tratamento diferenciado. Prova disso, são as ações voltadas para o combate à seca, num parceria com Israel. A ideia é a geração de água potável a partir da umidade relativa do ar e dessalinização da água e troca de experiências na agricultura irrigada.
Por outro lado, há quem acredite que com o andar da carroça as "melancias se ajeitam, se acomodam". Em Brasília têm-se como “favas contadas” que mesmo sem o apoio direto dos governadores, os deputados e senadores do Nordeste chegarão ao governo por “gravidade”. E sendo assim, Isaac Newton, que era também alquimista, faz valer outra Lei de sua autoria: a Lei da Gravidade.