Uma equipe da Ceneged (Energia Positiva), empresa terceirizada da Cepisa Equatorial, chegou em Santa Filomena na manhã desta segunda feira, 12 de março de 2019, para realização de um trabalho de vistoria de rede e terminou descobrindo muitas ligações clandestinas e desvio de energia, o chamado gato.
Pela legislação brasileira, o desvio de energia é crime e pode resultar de um a quatro anos de reclusão, além de multa. Apesar disso, somente em 2019, a Cepisa Equatorial poderá ter prejuízos no valor de R$ 70 milhões causados pelo furto de energia elétrica no Piauí. As informações são do presidente da distribuidora, Nonato Castro.
Segundo a Cepisa Equatorial os desvios podem causar inúmeros problemas à rede elétrica, como oscilações, falta de energia e queima de aparelhos eletrônicos. No entanto, a fraude não afeta apenas a distribuidora, mas também todos os consumidores que pagam pelo consumo de energia elétrica. “Os bons pagadores pagam uma parte dessa perda de energia, não é bom para ninguém porque encarece a tarifa”, explica o presidente.
Além dos prejuízos financeiros, o desvio de energia pode causar lesões graves e até levar a morte, como o caso do eletricista Francivaldo da Costa Oliveira, de 47 anos, que veio a óbito no dia 7 de janeiro após supostamente tentar fazer uma ligação clandestina. O caso aconteceu no bairro Satélite, zona Leste de Teresina. Apesar de ter experiência com manutenção em fios de alta tensão, o eletricista não utilizava nenhum equipamento de segurança e estaria manuseando a rede de energia sem autorização da Cepisa.
Para combater os desvios, o presidente da Cepisa esclarece que a empresa está investindo em treinamento de funcionários para identificar as fraudes na rede. Segundo ele, na medida em que o combate a esse tipo de fraude se intensifica, novos meios de desvios são descobertos pela companhia. “Nós conhecemos esses modos operandi e estamos treinando e retreinando as equipes para que a gente possa combater esse desvio de energia, que é crime”, enfatiza.
Entre as fraudes mais comuns estão: o uso de chips eletrônicos (usados em portões elétricos) para desligar e ligar o medidor; o uso de sensores de presença para desligar o medidor no momento em que o funcionário da companhia faz a medição; uso de fios embutidos nas paredes, por fora do medidor, para desviar energia da rede externa diretamente para a residência; uso de ganchos para cooptar energia da rede externa para alimentar eletrodomésticos.
Bandeira branca entra em vigor a partir deste mês
Está em vigor a tarifa branca para quem consome mais de 250 quilowatt-hora por mês (KWh/mês), o que representa cerca de 15,9 milhões de unidades consumidoras. Aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa branca sinaliza aos consumidores a variação do valor de energia de acordo com o dia e o horário de consumo. A tarifa branca de energia sinaliza que não haverá cobrança extra, significando que os reservatórios estão cheios e as hidrelétricas estão garantindo o fornecimento de energia.