Durante as eleições as pessoas se mobilizam, escolhem os seus candidatos, fazem campanha, e como em qualquer outra cidade do interior, as brigas políticas são muito comuns. Não é difícil encontrar, inclusive, casos de conflitos entre eleitores por causa de candidato A ou B.
Acontece que passada a eleição, toda aquela euforia, preocupação e tensão morrem no primeiro dia após a escolha dos candidatos, o que é ruim para a coletividade e bom para os políticos. Sabendo que o povo não tem interesse em participar das decisões que irão influenciar diretamente os seus dias, eles se aproveitam (e com razão) para tomar essas decisões por todos nós.
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Para ilustrar um pouco do nosso desinteresse em relação à política, vamos citar duas situações, como exemplos, para que seja feita uma breve análise:
A pequena participação dos eleitores nas sessões da Câmara Municipal de Cabeceiras, onde são debatidos vários temas relacionados à educação, à saúde, à segurança pública, à cultura, ao esporte e lazer, de interesse dos funcionários públicos e da sociedade em geral. É no Poder Legislativo que são discutidos assuntos que mexem com a vida de cada um de nós. Nem mesmo a sessão solene por ocasião das comemorações do aniversário de 26 anos do município foi capaz de atrair olhares e ouvidos curiosos do povo que votou e elegeu os que discursaram. Esperava-se que a sala de sessões ficasse lotada, até mesmo o pátio externo, o que não aconteceu. Cadeiras vazias e espaço livre não faltaram naquela manhã de domingo de 29 de abril de 2018. Será que os debates na Câmara (nas sessões normais) não conseguem despertar o interesse dos cabeceirenses como acontece durante a campanha eleitoral?
Outro exemplo claro: a pequena adesão das pessoas ao movimento liderado pela Caravana Lula Livre Piauí ao passar pela cidade de Cabeceiras também em abril do ano passado. Era de se esperar a participação de centenas de pessoas em uma cidade que deu a maioria esmagadora de votos à presidente Dilma Rousseff na sua reeleição de 2014 e parece ser uma defensora ardorosa do PT e de Lula nas redes sociais. O que se viu na rua foi o contrário. Alguns se limitarem a observarem das portas de suas casas ou mesmo na rua, a certa distância, o ato político que ali ocorria, demonstrando uma certa indiferença com a política e suas manifestações.
Talvez seja pelo fato de a cidade não contar com movimentos populares de rua, seja de esquerda ou de direita, nem movimentos de protestos e reivindicações, mas por que não há? As poucas manifestações ficam restritas às redes sociais, de acordo com as conveniências de cada um. Talvez a resposta definitiva para tudo isso, certamente, seja porque não temos, de fato, o hábito de participar dos movimentos políticos em qualquer período, e os que ainda participam para defender um candidato ou uma ideologia, de 4 em 4 anos, talvez o fazem principalmente porque têm algum interesse pessoal na vitória do seu candidato.
*Por Frank Rocha. (Correspondente do Portal R10 do município de Cabeceiras do Piauí. Bacharel em Ciências Contábeis e Técnico em Serviços Públicos. Atualmente é atendente comercial de Correios e cursa WebJornalismo via EaD.)