Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), voltaram a criticar a agenda de Jair Bolsonaro (PSL) durante entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (10).
“Eu não preciso gostar do Bolsonaro nem ele gostar de mim. Mas ele vai ter que me aturar dois anos na presidência do Senado. Eu vou ter que aturar ele dois anos. Ele vai ter que aturar o Rodrigo e o Rodrigo vai ter que aturar ele”, disse Alcolumbre. “Cada um tem que ter respeito pelo outro. Mesmo que discorde da forma como é feito o diálogo”, completou Maia.
Os parlamentares aproveitaram a oportunidade para criticar a falta de propostas de Bolsonaro, principalmente no âmbito econômico. “Certamente, o presidente tem uma agenda que a gente não conhece ainda”, afirmou o presidente da Câmara. Em seguida, Alcolumbre relembrou que o colega tem feito reuniões debatendo questões da microeconomia do país.
“Estamos falando da Previdência. Mas era para a gente estar em outro debate: o que fazer, ao lado das reformas, para as pessoas que estão passando fome no Brasil. Eu quero ser apresentado a alguma proposta em relação a isso”, pontuou o senador. “Alguém está falando do Minha Casa Minha Vida? Esqueceram”, disse, ao prometer cobrar uma posição firme do governo.
Esta não foi a primeira vez que os presidentes do Legislativo criticaram a agenda do governo Bolsonaro. Há menos de uma semana, Alcolumbre afirmou que a gestão do líder do Executivo comete, diariamente, “algum tipo de trapalhada na coordenação política“, ao destacar que a relação com o Congresso não está funcionando. No início de março, Maia já havia dito que o pesselista não tem projeto para o país além da reforma da Previdência: “O governo é um deserto de ideias“, declarou na ocasião.