A sucessão municipal, o ano pré-eleitoral, trouxe à baila discussões com um viés já de campanha. Nesta segunda-feira, 12, o prefeito Firmino Filho vaticinou, “me apontem uma grande obra do Estado, na área da Saúde, no últimos 20 anos!”.
Firmino pergunta porque já sabe a resposta. De fato, nas duas últimas décadas os governos que passaram pelo Palácio de Karnak falaram muito mas fizeram muito pouco pela Saúde Pública piauiense. Isso para não cair na tentação de falar que não fizeram foi nada.
O segundo governo de Mão Santa, o mandato tampão, Vida Nova, de Hugo Napoleão, o dois primeiros mandatos de Wellington Dias, o do “trator” Wilson Martins, e agora, os dois últimos do petista fizeram de tudo nesse Estado, menos promover a saúde pública. Ao contrário, no que tange à construção de novos hospitais ou até mesmo a aquisição de equipamentos, não seria absurdo afirmar que a Saúde Pública no Piauí foi renegada a segundo plano.
Há quem diga que ela permanece em “estado de emergência, no pronto socorro da inação do governo”. Que o diga o HGV e a Maternidade Dona Evangelina Rosa, na capital, ou os hospitais regionais no interior.
Foi o que constatou a Comissão de Saúde da Assembleia em visitas recentes às unidades de saúde pelo Piauí a fora. Falta de leitos, pacientes usando lençóis cedidos por familiares, falta de equipamentos e até de medicamentos básicos.
Em Barras e Floriano há atrasos de salários de médicos e pessoal terceirizados. Especificamente em Barras os prestadores de serviço acumulam três, quatro, cinco salários em atraso.
Mas vamos voltar ao que disse Firmino Filho, “a Prefeitura de Teresina banca literalmente a saúde dos pacientes da capital e dos demais municípios do Piauí”. O que o prefeito quis dizer é que o governo do Estado não tem feito sequer o seu dever de casa no quesito, saúde pública.
Eu diria que a Fundação Municipal de Saúde que gasta 35% do orçamento do município com Saúde Pública, se sobrecarrega ao assumir o papel não só do governo estadual, das prefeitura, mas também dos governos do Maranhão, do Pará, do Amazonas, do Goiás, e pasmem, até da Guiana Francesa. Sim há registro de atendimento regular de pacientes internacionais no sistema de saúde de Teresina.
Pode até ser que o assunto tenha emergido agora por que questões meramente eleitoreiras, mas isso não tira jamais a gravidade do problema. A saúde pública é também dever do Estado, como é das demais prefeituras municipais do Piauí. Essa política da “ambulâncioterapia”, que se resume ao transporte de pacientes do interior para a capital precisa acabar.
Estado e municípios possuem recursos para amparar essa demanda em todo o território piauiense. Portanto, que cada um assuma a sua responsabilidade constitucional, mas também ética, moral e humana. A Prefeitura de Teresina agradece e o usuário teresinense do SUS também, afinal, nós somos os mais prejudicados com esse “faz de conta do governo”.
Foto: Reprodução
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