Para muita gente, falar sobre a morte ainda é tabu, mas para os Toraja que habitam a montanha pitoresca em Celebes Meridional, Indonésia, essa é uma tarefa para a vida toda – já que a morte não significa o adeus final.
Os Toraja aprendem desde cedo a suportar a morte e aceitá-la como parte da vida. Quando alguém morre, os Toraja tratam seus parentes como se eles estivessem doentes (Toma Kula). Comida, água e até cigarros são oferecidos para um Toma Kula diariamente, porque eles acreditam que seu espírito ainda está perto do corpo e deseja esse tipo de cuidado.
O corpo sem vida é mantido e cuidado no tongkonan, ou a casa tradicional dos Toraja. O corpo fica ali por vários meses, em alguns casos por décadas, até que o clã possa pagar por um funeral e eventualmente marcar a cerimônia. Enquanto isso, plantas secas são usadas para neutralizar o odor de formol.
A cerimônia do funeral pode durar de três a cinco dias, e é concluída com o morto finalmente sendo enterrado num mausoléu ou em tumbas de pedra. Mas a história não acaba aí. O clã se reúne a cada um ou três anos para um ritual conhecido como Ma'nene, que pode ser traduzido por “cuidado com os ancestrais”.
Durante esse período, o morto é tirado de sua tumba novamente, limpo e ganha novas roupas – depois é devolvido ao túmulo. Parentes vêm de longe para celebrar esse evento, onde todo mundo se encontra, faz um banquete, compartilha histórias e homenageia seus entes queridos.
Ribka tanduk langi morreu dois meses atrás, aos 53 anos, por falência do fígado. O segundo dos oito filhos dela, yari, diz que eles vão marcar o funeral para o ano que vem.