O Palácio do Planalto informou na noite desta segunda-feira, 26, que rejeitará ajuda de US$ 20 milhões, equivalente a R$ 83 milhões, prometidos pelo G-7, o grupo de países mais ricos do mundo, para auxiliar no combate a incêndiosna Amazônia.
O Planalto não informou o motivo para recusar os valores. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ministros têm dito que não há anormalidade nas queimadas e que países europeus tentam fragilizar a soberania do Brasil sobre a floresta. A informação do Planalto, no entanto, contradiz o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que mais cedo disse que a ajuda do G7 era "bem-vinda".
Interlocutores do presidente afirmam que qualquer anúncio de apoio feito sem diálogo direto com o Brasil será rejeitado pelo governo. "Acreditamos que o assunto deve ser encapsulado como uma questão sul-americana, dos países amazonicos, e não como um tema global", disse um aliado do presidente.
A recusa do Planalto ao apoio europeu é um sinal de que o Brasil quer restringira cooperação a países da região amazônica e líderes considerados aliados do presidente. No último caso, o governo brasileiro aceitou o apoio de Israel com o intuito de desenvolver um mecanismo de auxílio mútuo e cooperação técnica em ações de resgate e combate a desastres naturais. Também há disposição para criar uma política ambiental com os Estados Unidos, ainda sem detalhes.
Segundo pessoas próximas, o presidente não conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron. Caso ele queira ajudar o Brasil, afirmam que ele terá que pedir para falar com Bolsonaro.
Bolsonaro voltou a se reunir nesta segunda com ministros para tratar dos incêndios na floresta. Após a conversa com o presidente, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo disse que a situação na Amazônia está controlada e que cerca de 2700 militares das Forças Armadas estão prontos para atuar na região.
Ainda nesta segunda, o governo teve novo embate com o presidente da França, Emmanuel Macron, que falou sobre conferir status internacional à floresta. "Sobre a Amazônia falam brasileiros e as Forças Armadas", rebateu o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros.