Terceiro colocado na eleição de 2018, Ciro Gomes (PDT-CE) mantém o tom de campanha: desaprova o presidente Jair Bolsonaro (PSL), palpita que ele não concluirá o mandato e já projeta críticas sobre possíveis concorrentes para 2022.
"Chega de mandar estagiário para Presidência da República", disse ao UOL e à Folha sobre o apresentador Luciano Huck, cogitado como candidato para a próxima eleição presidencial.
Atualmente sem cargo eletivo, Ciro, 61, negocia a publicação de seu quarto livro e dá palestras sobre a situação socioeconômica do Brasil —assunto que ele abordou na entrevista gravada em Brasília na última quarta (9).
"Só em São Paulo, fechamos 2.235 indústrias de janeiro a setembro, e a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de SP] bate palma para a política econômica que está produzindo esse desastre", afirmou.
Na conversa, Ciro também chamou o ministro da Justiça, Sergio Moro, de "corrupto" e afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pensa em política "24 horas" e está "desmoralizando a Justiça que resta no Brasil". Ciro afirmou que não tem "mais nenhum apreço político pelo Lula".
Confira os principais trechos, da fala de Ciro durante a entrevista:
"O Moro é um politiqueiro ambicioso, corrupto, porque aceitou uma promessa de vantagem que está escrito no Código Penal, que é a corrupção passiva. Ou não é corrupção passiva receber uma promessa, antes como juiz, que ia ser ministro do Supremo?"
"O Lula só faz política 24 horas por dia e está desmoralizando a Justiça que resta no Brasil."
"Ninguém mais vai fazer o impeachment porque o mundo político, o PSDB, por exemplo, percebeu a grande bobagem que fez com o impedimento da Dilma."