O presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar , é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga o lançamento de candidaturas laranjas pelo partido no estado de Pernambuco.
Os agentes vasculham nesta manhã de terça-feira endereços ligados a ele, entre eles a sua residência e uma gráfica usada na campanha de 2018.
A operação foi deflagrada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). Não há mandados de buscas e apreensão a serem cumpridos em Brasília.
Os casos sobre os quais se debruçam os agentes envolvem candidaturas femininas que teriam sido utilizadas para desviar recursos dos fundos eleitoral e partidário nas eleições do ano passado.
"As medidas de busca e apreensão, deferidas pelo TRE/PE, visam esclarecer se teria havido burla ao emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres, tendo em vista que ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados na campanha das candidatas do sexo feminino, havendo indícios de que tais valores foram aplicados de forma fictícia objetivando o seu desvio para livre aplicação do partido e de seus gestores", afirma nota divulgada pela PF.
O inquérito na Justiça Eleitoral investiga a prática dos crimes eleitorais e também de organização criminosa. A operação recebeu o nome de Guinhol, uma referência a um marionete, personagem do teatro de fantoches. Segundo a PF, o nome é pela possibilidade de candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para movimentar transações financeiras escusas.
A defesa de Bivar chamou a operação de "absurdo".
A operação ocorre em meio à crise entre o PSL e o presidente Jair Bolsonaro, que ameaça deixar a sigla por desavenças sobre o fundo partidário e o controle do partido.