A Família Addams retorna amanhã aos cinemas modernizada após 26 anos. Em formato animação, o filme acerta ao trazer de volta os personagens clássicos em uma versão fresca e divertida, mas falha ao tentar abraçar vários novos personagens em uma história curta que parece acelerada demais.
Ainda assim, é um bom programa para o Halloween, já que a estreia no Brasil coincide com a data simbólica: 31 de outubro.
Com 1h26 de duração, a trama da nova Família Addams começa com a união de Mortícia e Gomez, passa bem rapidamente pela chegada de Tropeço, foca nos irmãos Feioso e Wandinha, viaja por uma história paralela da colorida vizinhança de Assimilation e retoma para a reunião familiar dos Addams.
Para quem já viu as outras versões no cinema, em 1991 e 1993, pode parecer um pouco estranho. Mas existe também uma tentativa de didatismo para um público novo que talvez ainda não tenha tido contato com a ironia fina dos excêntricos Addams.
Separamos cinco bons motivos para vê-los ou revê-los:
As músicas
Do vozeirão de Cristina Aguilera em Haunted Heart na abertura do filme à sensacional versão de Tropeço para Everybody Hurts, do R.E.M., a trilha sonora merece atenção. My Family, música tema que reúne os rappers do Migos, a cantora Karol G e os produtores do Rock Mafia, é um resumo da salada que é a animação com rock, rap, latinidades e a tradicional música tema do estalar de dedos.
O traço original
Criados por Charles Addams, os personagens surgiram nas HQs e seus traços na animação que chega aos cinemas são baseados nas tirinhas originais. Para quem já viu a história dessa forma, é interessante observar o cuidado em manter os traços de Mortícia, Gomez, Wandinha, Feioso, Tropeço e Tio Chico. A animação traz também outras figuras que tinham certa importância nos quadrinhos, como o polvo de estimação de Wandinha e a vovó Addams. Essa característica só se perde um pouco com a introdução de vários novos e (muito) coloridos personagens da vizinhança Assimilation, que ganham praticamente o mesmo espaço da família mal-assombrada na animação.
As referências
Após décadas longe dos cinemas, é natural que o filme traga referências que surgiram depois dele. E você certamente vai pescar várias delas. Desde Jogos Vorazes ("Que comecem os jogos", diz Feioso) até It, passando por Matrix e Titanic, todos lançados depois dos dois longas mais famosos da Família Addams, de 1991 e 1993.
O Primo It
Tá, não espere muito. O Primo It vai aparecer pouco e só na última parte do filme. Mas a sua nova roupagem P.I.M.P trazida por seu dublador na versão original, o rapper Snoop Dogg, compensa. O cabeludo chega para o encontro da família em um carro tunado e carregado de joias. E tem seu destaque ao fazer um discurso para Feioso no seu idioma, aquele que ninguém entende.
A mensagem final
Também modernizada, a mensagem final de empatia e união entre o bairro dos coloridos e a morbidez irônica dos isolados Addams é bonita e facilmente assimilada por crianças e adultos. Os grandinhos também podem tirar mais algumas lições da histórias, como o cuidado que devemos tomar com pessoas como Margô, a excêntrica e nada inofensiva decoradora que tem sede de liderança.