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08/03/2020 11h32
Por: Redação

Conheça Rachel Maia, única mulher negra a dirigir marca de luxo no Brasil

No apartamento com vista para ruas arborizadas da Chácara Flora, na Zona Sul de São Paulo, Rachel Maia ri alto. Gargalha mesmo. Aos 49 anos, está no imóvel que comprou depois de subir degrau por degrau de uma carreira iniciada no estágio para pagar o curso técnico contábil. Acabou de receber a equipe da Lacoste em casa para festejar o bom resultado desde que virou CEO (chief executive officer) da marca francesa no Brasil — “Crescimento de dois dígitos!”. Tem ao lado a filha Sarah Maria, de 8 anos, nascida quando a executiva achava que não poderia engravidar, e no colo da menina o pequeno Pedro Antônio, de 4 meses, que entrou para a família com 7 dias de vida. “O último ano foi de desafios e de grandes conquistas, e a maior delas com certeza foi ter concluído o processo de adoção do Pedro”, comemora Rachel. “Mas não cheguei ao último degrau, pelo contrário. Ainda consigo vislumbrar mais steps à frente.”

Para a filha de mineiros que se estabeleceram em Jordanópolis, na ponta sul da cidade de São Paulo, de fato todas podem ou deveriam poder escolher sua trajetória. “Mas não tem um caminho tipo de Alice, aquela passarela douradinha…”, diz. “Minha balança tem mais nãos do que sins. Mais recusas do que vitórias. Sabe quantas vezes eu fui reprovada para tirar o driver’s license em Miami? Seis. Vergonhoso. Mas eu não sou uma pessoa que desiste.”

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Aos 28 anos, teve seu primeiro cargo de gestão na 7-Eleven. Quando saiu da empresa, usou o dinheiro da rescisão para estudar inglês no Canadá e preencher o que considerava uma lacuna no currículo. Mais tarde, até seu nome ganharia sotaque gringo: no mundo corporativo, é conhecida como “Reitchel” — segundo ela, consequência de trabalhar com muitos americanos e europeus. “Para mim, está tudo certo, eu atendo. Todo mundo sabe quem sou, não tem frescura.” Para a família, no entanto, Rachel de Oliveira Maia continua sendo Quél ou Quelzinha.

Quando voltou para o Brasil, conseguiu emprego na farmacêutica Novartis, depois na joalheria Tiffany. O passo seguinte foi encabeçar a expansão em território nacional de outra empresa de joias, a dinamarquesa Pandora. E, ao mesmo tempo, tornar-se mãe. Achava que não poderia engravidar, e chegou a dizer isso ao presidente da companhia, o espanhol Daniel Bensadon. Mas, com oito meses de Pandora, soube que esperava um bebê. Tremeu na hora de dar a notícia. “Fiquei com bastante medo. Falei: ‘Você me contratou para fazer o creliscimento da empresa, mas o negócio deu positivo’”, lembra. “Ele me disse: ‘toda vida é uma bênção’.

A chegada do segundo filho também foi com surpresa. Depois de quatro anos na fila de adoção, recebeu um telefonema avisando para buscar o recém-nascido. Rachel não é casada, mas está “namorando sempre”. Ou quase: “Neste minuto, estou disponível, de coração aberto para novas oportunidades”.

Rachel Maia ainda reflete sobre maternidade em cargos de liderança: 'Muitas vezes a empresa vê os filhos como um fator limitador', finaliza.

Fonte: O Globo
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