Quatro entidades médicas se reuniram para criar um protocolo ético e técnico para que os médicos possam decidir quais pacientes terão prioridade de atendimento em caso de esgotamento de recursos durante a pandemia de covid-19.
O objetivo do "Protocolo AMIB de alocação de recursos em esgotamento durante a pandemia por covid-19" é fornecer critérios claros para que os médicos não tenham de decidir de maneira muitas vezes subjetiva, aumentando a pressão e a carga emocional sobre eles, o que pode até mesmo vir a impossibilitá-los para o trabalho.
As entidades que assinam o protocolo são: AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência), SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos).
Decisão inevitável
O documento explica por que a adoção do protocolo é necessária. Diz o texto:
“A exemplo do que ocorreu em outros países, a alta demanda por serviços especializados de saúde característica da covid-19 pode levar a uma situação crítica em que a oferta de leitos de UTI e de ventiladores é insuficiente para atender a demanda de pacientes graves, a despeito dos melhores esforços de ampliação da rede de serviços emergenciais. Esse esgotamento de recursos, em especial de leitos de UTI, respiradores mecânicos e profissionais habilitados, poderá comprometer a oferta de cuidados tanto a pacientes portadores de COVID-19 quanto a pacientes portadores de doenças não pandêmicas. Diante dessas circunstâncias, decisões em relação a quais pacientes serão alocados os recursos escassos tornar-se-ão inevitáveis”.
Essa situação já está acontecendo no Brasil. O aumento exponencial de casos de covid-19 já faz com que cidades tenham dificuldade de dar atendimento aos pacientes.
No Estado do Amazonas, só para citar um exemplo, a situação já é caótica. Cidades do interior sofrem com a falta de estrutura para lidar com a situação.