Até fãs de carteirinha podem se surpreender: a primeira apresentação na TV do grupo Dominó ocorreu no Fantástico, da Rede Globo, em 1984, e não no Viva a Noite, o programa de Gugu Liberato, que foi um dos criadores da versão brasileira dos Menudos. Eis uma das curiosidades que vai trazer o documentário Elas Gostam de Mim, a primeira empreitada no cinema do escritor Rafael Spaca.
Por causa da pandemia do coronavírus, o realizador suspendeu as gravações, mas pretende dar continuidade assim que possível e lançar o filme ainda neste ano. A ideia nasceu de uma entrevista que Spaca fez com afonso Nigro para outro documentário, sobre Os Trapalhões. “Eu me dei conta de que ninguém havia feito um registro sobre a primeira boy band brasileira”, diz Spaca. O documentário vai ficar quase todo focado na primeira formação do Dominó e mostrar como o contexto histórico, do Brasil pós-ditadura militar, favoreceu o sucesso do conjunto, que vendeu 6 milhões de discos.
Surgido em meados da década de 80, o quarteto era formado por Afonso Nigro, Marcos Quintela, Marcelo Rodrigues e Lenilson dos Santos, o Nill. Virou febre entre a garotada com hits como Ela Não Gosta de Mim, Ainda Sou Você, P da Vida e Manequim. Em 1989, Nill abandonou os amigos e os outros três continuaram firmes e fortes. Três anos depois, Afonso também decidiu se separar para tentar a carreira-solo.
O Dominó teve várias formações, inclusive com Rodrigo Faro e Rodrigo Phavanello. Até agora, Spaca recolheu depoimentos de Afonso, que segue na carreira artística, e de Marcelo, que mora em Orlando, na Flórida. Faltam ainda os de Nill, pastor evangélico em Curitiba, e Marcos, braço direito do publicitário Roberto Justus. Spaca também já entrevistou Marcos Maynard, produtor musical e parceiro de Gugu na “invenção” do Dominó, a apresentadora Mara Maravilha, o crítico Zuza Homem de Mello e o compositor Edgard Poças, responsável pelas versões nacionais das canções da banda. O diretor adianta que os quatro cantores da primeira geração continuam amigos e revela mais um dado interessante: “Quero entrevistar Ivete Sangalo, que era presidente de um fã-clube do Dominó, na Bahia”.