Kanittha Thongnak, uma mulher tailandesa de 40 anos, tem atraído a atenção das mídias sociais pela maneira inusitada que escolheu para vender roupas em seu brechó na internet. Como a maioria das roupas à venda vem de pessoas falecidas, a empresária resolveu se vestir como um zumbi em suas lives.
Seguindo a máxima do empreendedorismo segundo a qual crises são os melhores momentos para oportunidades de negócios, Kanittha imaginou que a pandemia de covid-19 poderia ser uma oportunidade para comprar roupas deixadas pelos mortos, um nicho considerado tabu na Tailândia, segundo país do mundo a anunciar infectados depois da China.
Para sua decepção, o seu local de venda, as ruas da cidade de Chon Daen, no norte do país, foram interditadas pelas autoridades durante as medidas de isolamento social. Sem ter acesso aos compradores, Kanittha resolveu tentar a sorte online. Suas primeiras lives tiveram poucos espectadores e quase nenhuma venda. Até que ela teve uma nova ideia.
Na noite do seu 40º aniversário, ela não apenas não teve festa, como nem água corrente havia em sua casa. Desanimada, cobriu o rosto com uma base branca como se fosse um fantasma na sua transmissão ao vivo. Curiosamente, ao invés de afastar os seus poucos espectadores, a aparência fantasmática acabou atraindo mais seguidores.
Em menos de uma semana, as lives de Kanittha pularam de algumas dezenas de gatos pingados para cerca de 4 mil pessoas. As vendas acompanharam sua explosão de audiência e igualmente dispararam. Embora ela não revele os números, garantiu que jamais ganhou tanto dinheiro, nem mesmo quando estava vendendo nas ruas.
A vendedora-zumbi inicia suas transmissões por volta das dez da noite e fica on-line até as três da manhã, horário que não é considerado ideal para esse tipo de comércio. No entanto, milhares de pessoas ficam acordadas apenas para assistir às transmissões de Thongnak, o que continua alavancando suas vendas.
Quando não está fazendo o seu cosplay, a empresária passa parte do seu dia em um templo da cidade, onde as roupas dos mortos são benzidas pelos sacerdotes antes de serem leioadas para ajudar as obras de caridade do local.
Perguntada se tem algum problema em se vestir de morta, e com roupas de mortos, durante suas apresentações, Kanittha Thongnak responde, citando uma frase da personagem Maggie Greene da série The Walking Dead: você "faz o que tem que fazer".