A 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a decisão da 1ª instância que condenou o ator José de Abreu a indenizar o Hospital Albert Einstein por publicar "fake news" (notícia falsa) em rede social, conforme decisão publicada neste sábado (4).
O ator publicou em sua conta do Twitter um comentário em que afirmava que o ataque sofrido pelo então candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, Minas Gerais, em setembro de 2018, teria sido arquitetado pelo serviço de inteligência de Israel com o apoio do hospital em questão.
"Teremos um governo repressor, cuja eleição foi decidida numa facada elaborada pelo Mossad [serviço secreto de Israel], com apoio do Hospital Albert Einstein, comprovada pela vinda do PM [primeiro-ministro] israelense, o fascista matador e corruptor Bibi [Benjamin Netanyahu]", escreveu o ator na rede social em 1º de janeiro de 2019.
Após a repercussão negativa da fala, ele apagou a postagem, mas a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, por meio de seus advogados, entrou com um pedido de indenização por danos morais.
Em julho de 2019, o TJ-SP acolheu o pedido do hospital e condenou José de Abreu por danos morais, no valor de R$ 20 mil. No julgamento de 1ª Instância, a juíza Claudia Carneiro Calbucci Renaux, da 7ª Vara Cível de São Paulo, considerou que ele "não se limitou a mera crítica em relação ao atual cenário político, mas fez verdadeira afirmação quanto à existência de um conluio entre o governo de Israel, a igreja evangélica e o hospital com o propósito de cometer ato criminoso".
Os seguidores do ator chegaram a fazer uma vaquinha on-line e arrecadaram o valor em 48 horas. Paralelamente, os advogados de José de Abreu recorreram da decisão, que acabou mantida no dia 2 de junho e que foi publicada neste sábado.