O Bairro Poti Velho, primeiro bairro de Teresina surgiu na barra do Poti, espaço em volta do lugar onde o
rio Poti despeja as suas águas no rio Parnaíba. Neste local viviam os índios Potis, com a chegada do bandeirante Domingos Jorge Velho muitos índios foram mortos. Os que sobreviveram juntaram-se aos fazendeiros da região e formaram a Barra do Poti, hoje o bairro Poti Velho. O mesmo tem como característica marcante, o turismo, a pesca e o artesanato.
Na Barra do Poti, a mais antiga ocupação de Teresina, localizada na confluência do Rio Parnaíba com o
Poti. Em 1760, já havia um aglomerado de fogos, ou seja, casas habitadas por pescadores, canoeiros e
plantadores de fumo e mandioca. Cortada pela estrada que ligava Oeiras (então capital da província do Piauí) a Parnaíba e com sua posição geográfica privilegiada, a Barra do Poti registrou extraordinário aumento
populacional e se transformou num dos maiores centros comerciais da região, antecipando a vocação econômica de Teresina.
Em 1832 foi elevada à categoria de vila. Sujeita a febres endêmicas e a frequentes inundações, em 1842,
a Vila do Poti teve autorizada a sua transferência para um local que oferecesse mais segurança. Porém, como
vieram dias mais tranquilos e invernos menos rigorosos, a lei caiu no esquecimento. Sua execução, no entanto, foi ótimo pretexto para José Antônio Saraiva realizar seu objetivo de mudar a capital para uma região mais centralizada, a fim de favorecer a administração da Província. Acenando aos potienses com as vantagens que a nova sede teria como capital, o presidente da Província obteve sua solidariedade e valorosos aliados, contornando os obstáculos encontrados por seus antecessores, inclusive a oposição do Governo Central, devido às grandes despesas que poderiam sobrecarregar os cofres gerais.
Em novembro de 1850, Saraiva visitou a Vila do Poti e ficou acertada sua mudança para a Chapada do
Corisco, a seis quilômetros ao sul, o que ocorreu em 20 de outubro de 1851. Nascia, assim, a Vila Nova do Poti e a antiga ficou conhecida como Poti Velho.
O bairro Poti Velho mantém um quê de vila de pescadores, especialmente quando se vê, nos fins de
tarde, os homens fazendo ou consertando suas redes, ou oferecendo peixes frescos de manhã cedo, na
cabeceira da parte que liga o bairro a Santa Maria da Codipi. É lá, na entrada do Parque Ambiental do Encontro dos Rios, que se encontra os meninos contadores da lenda do Cabeça de Cuia, monstro no qual acreditam piamente.
TURISMO, CULTURA E LAZER
Nas proximidades do Parque Ambiental, fica o Polo Cerâmico de Teresina, que se transformou num dos
maiores cartão postal para o setor turístico da capital do Piauí. O que antes não passava de fabricação e
comercialização de tijolos artesanais, telhas, potes e filtros para água, hoje oferece uma variedade incrível de
modelos de vasos decorativos, esculturas e peças com design exclusivo e acabamento esmerado. Essas
mudanças devem-se principalmente ao trabalho das mulheres do bairro, que fizeram desta tarefa meio de
sustento da família.
O tradicional festejo de São Pedro do bairro Poti Velho, acontece na praça do bairro de 20 a 29 de junho.
Na programação dos festejos acontece a carreata com a imagem de São Pedro pelas ruas do bairro da região
norte de Teresina, o cortejo de pescadores passa pelo Pesqueirinho famoso e antigo bar do bairro, concluindo
com a procissão até a igreja para a Santa Missa.
O encerramento dos Festejos Religioso, de São Pedro no bairro Poti Velho em homenagem ao Santo Padroeiro dos pescadores, acontece com a Procissão Fluvial, no Rio Parnaíba, saindo do cais do Iate Clube até a Praça Maria do Carmo Rodrigues, com foguetório e muita festa. Durante os festejos acontece também o Festival de Bumba Meu Boi outra importante atividade cultural do bairro.
Na zona norte da cidade, no bairro Poti Velho existe uma grande concentração de argila, que propicia a
confecção de tijolos artesanais, peças decorativas e rústicas, como também artefatos úteis como filtros e potes para reservar água potável. Os moradores do Poti Velho, em suas oficinas, moldam a argila em tornos movidos pelos pés, produzindo assim, verdadeiras obras de arte.