O Brasil está há cinco meses convivendo com a pandemia do novo coronavírus. Logo, a máscara não é mais uma novidade do cotidiano das pessoas. Ela se tornou, junto do distanciamento social, medida obrigatória para que o convívio com outras pessoas seja seguro.
Em alguns outros países no mundo, o uso de máscara quando alguém está doente já era comum antes do surgimento da Covid-19.
É o caso do Japão, cujos cidadão aprenderam, desde o período da gripe espanhola (1918 - 1920), que o acessório é necessário para cuidar de si mesmo e de pessoas ao redor.
No Brasil, esse costume vingou só agora, já que é a primeira vez que o País é atingido por uma epidemia tão forte. Por se tratar de um costume novo, uma das grandes perguntas que ficam na cabeça dos brasileiro é: até quando vou precisar usar a máscara?
A consultora em controle de infecção do Hospital Sino-Brasileiro e responsável pelo serviço de infectologia da Rede D’Or, Raquel Muarrek, as máscaras vieram para ficar. “O uso da máscara tem que ser rotina para quem tem sintomas respiratórios. Talvez a gente consiga parar de usar quando não tiver mais sintoma, mas não tem como dizer com precisão”, explica.
Quem pensa que o uso do acessório será menor depois que uma vacina for aprovada e começar a ser distribuída também está enganado. “A vacina vem para diminuir uma doença grave, mas não vem para diminuir a infecção. Quem diminui a infecção é o tratamento, algo que ainda não temos” diz.
“A gente ainda vai ter muitos casos, só não serão tão graves caso a gente consiga a vacina”, acrescenta Raquel.
Para que seja possível começar a pensar em um Brasil livre da obrigatoriedade do uso da máscara, é necessário que haja uma barreira imunológica — ou seja, que o máximo de pessoas possíveis tenham imunidade, fenômeno que é chamado de imunidade de rebanho. Isso só será possível quando grande parte da população tiver anticorpos contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2).
A médica reforça a importância de pessoas que não apresentam sintomas gripais usarem a máscara neste momento. Segundo ela, pessoas assintomáticas ou que contraem o novo coronavírus de maneira fraca não tiveram o vírus no organismo por tanto tempo a ponto de criarem anticorpos.
Por esse motivo, o organismo cria uma “imunidade cruzada” ou “imunidade por lembrança”. “Só que a gente não sabe até quanto tempo essa imunidade cruzada ou de lembrança dura”, afirma Raquel.
Portanto, até que seja seguro e grande parte das pessoas já tenham formado essa barreira imunológica, é preciso que todas as pessoas façam o uso correto da máscara.