O Ministério da Saúde solicitou a rescisão do contrato de R$ 144 milhões para atendimento remoto de pacientes com suspeita de coronavírus assinado durante a gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Os serviços prestados pela empresa Topmed foram interrompidos no final do mês. A empresa diz ainda não ter recebido por 2,3 milhões de teleconsultas realizadas.
Levando em conta o custo de cada atendimento estimado pelo TCU (Tribunal de Contas da União), o governo federal deve pelo menos R$ 35 milhões à Topmed. O Portal da Transparência, mantido pelo governo federal, não acusa nenhum pagamento do Ministério da Saúde à empresa. E apesar da solicitação do ministério, o contrato ainda não foi oficialmente rescindido.
Ainda durante a gestão interina do general Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde alterou sua diretriz de atendimento para pacientes com suspeita de covid-19. Em 9 de julho, a estratégia do "fique em casa" foi alterada para "procure um médico em caso de sintomas". Com isso, o call center acabou desativado.
"O atendimento do Telesus foi alterado pelo Ministério da Saúde, como se pode constatar ligando para o 136, que agora funciona apenas por mensagem, sem interação humana", informou a Topmed. Na verdade, funcionários atendentes também atuam, constatou a reportagem nesta semana. A empresa chegou a ter 1.500 funcionários para atendimento remoto à população.
o Ministério da Saúde confirmou que o serviço do Telesus foi "descontinuado", mas não se pronunciou sobre o contrato nem sobre os pagamentos à Topmed.
"Os serviços do TeleSUS foram pensados e criados para monitoramento de casos quando a orientação era buscar atendimento presencial apenas em situações graves. Desta forma, o serviço foi descontinuado", declarou o órgão.