Foto: Arquivo pessoal
Raimunda Teixeira da silva, 54 anos, mais conhecida como dona Raimundinha tem uma história de superação. Ela começou a trabalhar carregando tijolos e, hoje, tornou-se uma artesã de sucesso. Raimundinha é integrante de uma cooperativa formada por mulheres que produzem peças em cerâmica reconhecidas e admiradas em diversos países do mundo.
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Foram 22 anos de sua vida dedicados a carregar tijolos até que em 1995 decidiu trabalhar com artesanato. “Eu era mãe solteira e tinha um filho, não tinha emprego e trabalhava nas olarias carregando tijolo, passei boa parte da minha vida fazendo isso. Até que um dia percebi que lá não tinha nenhuma expectativa de vida. Nesse tempo, minha comadre me deu umas aulas de pintura e aí comecei a comprar peças e pintar. O marido dela começou a ensinar meu filho a criar peças, ele vendia, repassava o dinheiro para ele e isso foi me despertando”, contou.
Em algumas famílias que trabalham no Polo Cerâmico do Poti Velho, a tradição masculina se mantém viva, entre avós, pais, netos e outros aprendizes. Mas com dona Raimundinha, essa reprodução fiel aos padrões ocorreu diferente. “A Atividade era masculina, as mulheres dos artesãos só ficavam com os afazeres domésticos. A tradição sempre foi passar de pai para filho e comigo foi o contrário, foi de filho para mãe. Meu filho aprendeu com meu compadre, começou a me ensinar e comecei a produzir em casa”.
Ela conta que em 1998 foi criada a Associação dos Ceramistas do Poti Velho (ACEPOTI) e, a partir daí, as mulheres do Polo começaram a ganhar destaque no artesanato. “Em 2004, como já tinham várias mulheres na parte de pintura ficamos incomodadas e pensamos: porquê não a mulher ‘meter a mão na massa’? E conseguimos uma parceria com a Fundação Wall Ferraz, que nos ofereceu um curso de modelagem e cerâmica. Nosso olhar já mudou, de esposas e filhas de artesãos, donas de casa, para fabricantes de peças”, explicou.
Cooperativa de Artesanato do Poti Velho
A artesã conta ainda que em 2006 surgiu a Cooperart – Poti, que recebeu em 2009 o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato e em 2010 ficou em terceiro lugar no Casa Piauí Design. “A criação da cooperativa veio fortalecer o trabalho da mulher do Polo Cerâmica do Poti Velho. Hoje, em todas as oficinas que você anda, tem mulheres trabalhando. Muitas, gerenciadas por elas próprias”.
Foto: Gustavo Miranda
Coleção ‘Mulheres do Poty’
O artesanato piauiense foi destaque em Nova York, nos Estados Unidos. As mulheres do Poty participaram da exposição Mulher Artesã Brasileira que aconteceu na ONU.“Foi a primeira vez que nós mulheres participamos de uma competição com nossos próprios colegas [homens]. Fizemos a exposição da coleção ‘Mulheres do Poty’, e nós ganhamos. Trabalhamos a coleção de cinco bonecas, onde retratamos a nossa própria história, as mulheres da comunidade do Poti: a mulher religiosa, a do pescador, a da olaria, a ceramista e a das continhas”, relatou.
A Cooperativa reúne mulheres que produzem e comercializam esculturas, objetos de decoração, bijuterias e jarros, mas, o trabalho, de acordo com dona Raimundinha, vai muito além da melhoria das condições de vida. “Eu sempre costumo dizer: não dá para ficar rico com o artesanato, mas dá para sobreviver. Hoje, somos 284 mães e pais de famílias que sobrevivem e tiram seu sustento apenas do artesanato”, afirmou.
Dona Raimundinha tem orgulho do que faz e para todas as mulheres, ela deixa um recado: “acreditar em si mesmo, que somos capazes".
Foto: Gustavo Miranda
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