Entregar os produtos, de forma rápida e segura é o diferencial que toda empresa que vende na internet quer numa área cada vez mais concorrida. Para agilizar a logística, vale até investir pesado em novas tecnologias de ponta, como drones e robôs. Mas o desafio não é simples.
A poderosa Amazon, por exemplo, anunciou o ambicioso serviço Prime Air, de entregas por aeronaves não tripuladas, em 2013, mas só conseguiu aprovação da agência que regula o espaço aéreo dos EUA no mês passado. E ainda assim, não há data para que o serviço passe da fase de testes para a operacional.
O Walmart, maior nome do varejo físico dos EUA, anunciou na semana passada que também está realizando testes com a tecnologia na pequena Fayetteville, na Carolina do Norte.
Nos vídeos promocionais das duas empresas, as aeronaves são carregadas nas lojas, sobrevoam regiões bucólicas e realizam a entrega no jardim das casas dos compradores. A paisagem dos grandes centros urbanos é bem mais desafiadora.
Para esse cenário, empresas de delivery de alimentos apresentam solução mais viável. O Uber Eats anunciou que faria testes em San Diego, na Califórnia, mas com os pacotes voando do restaurante até um ponto específico. A partir dali, o serviço é concluído pelos entregadores de carne e osso.
No Brasil, o aplicativo de alimentação iFood recebeu sinal verde da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para testar o mesmo modelo.
A partir do mês que vem, o shopping Iguatemi Campinas receberá dois “drone-ports”, espaços para pouso e decolagem das aeronaves de entrega. Um ficará perto da porta de entrada para a praça de alimentação, o outro, nas docas onde os entregadores estacionam suas motos.
— O entregador leva de dez a 12 minutos para ir e voltar entre o local onde estaciona a moto e os restaurantes. Com os drones, essa rota vai levar entre dois e dois minutos e meio — explica Fernando Martins, gerente de Inovações para Logística do iFood.
A empresa testa um robô para fazer o trajeto por dentro de shoppings ou na chamada “última perna”, dentro de condomínios residenciais.
Nesse modelo, os entregadores deixam os pedidos na portaria, e o robô termina o delivery, levando até a casa do cliente.
Outra novidade é o uso de lockers, armários instalados em cerca de 300 edifícios comerciais e residenciais. Alguns são térmicos para manter a comida aquecida.
— O entregador chega, deixa o pedido no armário e parte para a próxima entrega — diz Martins. — Esse ganho de eficiência é um enorme diferencial competitivo.