Por conta da lentidão da vacinação contra o coronavírus no país, as autoridades do Paquistão decidiram tomar medidas drásticas, como bloquear o serviço de telefonia celular em duas províncias e suspender os salários de alguns servidores do governo que não se vacinaram.
Eles declaram que as medidas são necessárias para combater o ceticismo em relação às vacinas contra a Covid-19 e sobre a vacinação de forma mais ampla.
Para obrigar as pessoas a tomarem as doses, as autoridades locais de duas províncias - Punjab e Sindh - anunciaram planos de bloquear o serviço de telefonia dos celulares dos moradores que recusarem a imunização.
“O governo está fazendo o seu melhor para facilitar a vacinação das pessoas”, disse o ministro da Informação, Syed Nasir Hussain Shah. Ele disse ser “inaceitável” a decisão de não se vacinar.
As autoridades não anunciaram quando a ordem entrará em vigor ou como será executada.
Há muito tempo o Paquistão luta contra a desinformação sobre as vacinas que se mostraram seguras e eficazes, especialmente em casos de poliomielite. É comum os pais se recusarem a imunizar seus filhos contra a pólio, acreditando que a vacina é prejudicial e faz parte de uma conspiração americana para esterilizar as crianças.
O governo estabeleceu como meta vacinar entre 45 milhões e 65 milhões de pessoas no fim deste ano e recentemente anunciou que tem planos de gastar US $1,1 bilhões na compra de doses.
Porém, até terça-feira, o Paquistão havia imunizado cerca de 3 milhões de pessoas - menos de 2% da população - desde o início da campanha de vacinação em 3 de fevereiro, de acordo com dados do governo.
O país registrou aproximadamente 22 mil mortes de covid-19 e quase um milhão de pessoas testaram positivo para o vírus desde o início da pandemia.
Ao mesmo tempo, o governo de Sindh instruiu seu Ministério das Finanças a parar de pagar os servidores do governo que não se vacinaram, a partir de julho.