A ala política do governo trabalha discreta mas intensamente para estender o auxílio emergencial não apenas até dezembro, mas durante boa parte do ano que vem.
A justificativa é que não dá para tirar de forma abrupta o suporte a 25 milhões de vulneráveis.
A ideia é manter os valores atuais do benefício até dezembro. E, em 2022, começar um processo de desmame em que, mês a mês, o valor recebido diminuiria, mas, em tese, seria recompensado pela recuperação da economia num período já praticamente de pós-pandemia.
Trabalha-se em duas frentes. Uma, conversando com o Congresso, a quem caberá aprovar a ideia no fim das contas. E, noutra, desenvolvendo estudos de viabilidade e simulações de valores, custos e tempo de duração — este último item é fundamental, de acordo com um ministro envolvido na discussão, para não assustar o mercado financeiro.
O quartel-general desta batalha é o Ministério da Cidadania, cujo comandante, João Roma, tem se reunido com seus colegas Ciro Nogueira, Flávia Arruda e Paulo Guedes, a equipe econômica, Roberto Campos Neto e lideranças do Congresso.
O objetivo é aprovar a extensão do auxílio até o fim de outubro.