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Entretenimento Após reality
08/11/2021 12h45
Por: Redação

Karol Conká diz ter sentido nojo ao ver suas imagens no BBB

Do isolamento de uma pandemia para um reality. De um reality para um documentário. E de um documentário, um novo álbum: 2021 foi um ano intenso para Karol Conká – e não à toa, já que intensidade é sobrenome da cantora (como ela mesma diz). Nascida na periferia de Curitiba, Karoline dos Santos Oliveira ganhou seu primeiro concurso de rap aos 16 anos e, aos 35, depois de dois álbuns lançados e prêmios acumulados, foi eliminada do Big Brother Brasil com 99,17% dos votos do público (recorde do programa).

Karol teve que aprender a lidar com a rejeição, o cancelamento e até com ela mesma. “Depois de ver a imagens, a sensação que eu tinha era de nojo. E eu precisei reverter isso dentro de mim porque eu não poderia me abandonar. Eu realmente estava acreditando que eu era uma pessoa que não merecia estar na Terra. A forma que encontrei para me abraçar, então, foi a terapia”, contou em um papo longo e descontraído com a Glamour.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

E, em meio a essas descobertas doídas pós-confinamento, nasceu um documentário (A Vida Depois do Tombo, disponível na Globoplay) e um novo álbum (que vamos conhecer em breve). Além da ajuda psicológica, Karol se apegou também na música (com referências que vão de Liniker, passam por Jaloo e Duda Beat, a Mc Rebecca), rendendo a produção de 12 faixas em duas semanas, e seu primeiro projeto de conteúdo 100% próprio, o “Vem K”: uma série para IGTV cuja primeira temporada abordou o tema saúde mental. Intensa, corajosa e real, Karol conta mais sobre a vida depois do BBB na conversa a seguir:

Você já digeriu tudo o que aconteceu?

É um processo longo e não é fácil porque são várias camadas envolvidas. Eu vi o perigo que é se expor e, então, consegui refletir sobre muitas coisas, principalmente sobre a hipocrisia que nós temos e carregamos conosco. Entendi que eu estava em uma situação de extrema fragilidade comigo mesma e que tinha questões muito mal resolvidas do meu passado. Foi um mergulho interessante (e intenso) que não tinha como acontecer de outra forma. Depois de estudar e me entender, cheguei em um ponto tranquilo onde consigo dizer que tirei um aprendizado disso tudo.

Hoje, como você enxerga o que passou?

A verdade é que a sociedade está acostumada com um padrão de comportamento da mulher e, a partir do momento que você é mais incisiva, você é taxada como louca. No meu caso, eu passei do ponto – e eu sei disso. Só que eu percebi que, assim como eu passei do ponto, as pessoas aqui fora passaram muito mais. Aconteceu comigo, mas poderia ter acontecido com outra mulher, com outra mulher preta. Mais chocada do que as minhas imagens (porque eu fiquei chocada me vendo), eu fiquei espantada com o ódio que as pessoas têm guardado. Muita gente aproveitou esse momento, da falha de uma mulher preta, para escancarar o seu racismo. Eu me senti uma coisa a ser estudada, todo mundo estava me analisando, sendo que eu estava ali o tempo todo. Sempre estive nos programas sendo transparente, alegre e feliz. O que aconteceu foi que eu entrei em um reality e pirei. Quando saí, reconheci os meus erros, busquei entender o que eu tinha realmente para melhorar e o que foi algo isolado em um reality que me despertou sentimentos.

E deu para tirar algo bom disso tudo?

Assim que eu saí do BBB, eu já continuei sendo gravada para a minissérie documental. Foi muito intenso e eu não tinha noção do que estava acontecendo. Depois de uns 10 dias, eu fui compreendendo o macro. Me afastei das redes sociais e fui buscar ajuda psicológica. Eu nunca tinha feito terapia, mas eu lia livros de autoajuda porque minha mãe sempre leu muito. E a questão da saúde mental é um tabu, principalmente para as mulheres pretas que vem da periferia. Lá, terapia é algo só para quem tem condições financeiras e, automaticamente, só para pessoas brancas. Nas consultas, eu fui entendendo que eu aprendi que, para ser levada a sério, eu precisava explodir. Quando eu me sinto desrespeitada é como se eu precisasse ficar três vezes maior do que eu sou para aliviar esse sentimento. Eu encontrei essas camadas na terapia e passei a tratar essas questões. No fim, acho que a série, de uma certa forma, me humanizou. Não existe isso de pedestal. O poder na verdade é algo único e nosso – ninguém precisa dizer o que é poderoso ou não. Chorar é um ato de poder também.

A prioridade passou a ser a saúde mental, então?

Sim. E quando eu percebi que tinham mais pessoas me mandando mensagens sobre ansiedade e me perguntando como eu estava lidando com esse período, eu decidi fazer algo sobre. Em parceria com a agência SUBA, lançamos o Vem K, uma série no meu IGTV cuja primeira temporada foi justamente sobre saúde mental. Eu convidei profissionais para esclarecer dúvidas e fiquei como ouvinte, uma paciente mesmo. Isso porque eu ouvi muita gente falando: “ah, se isso fosse comigo, eu não ia aguentar”. Ia sim! A gente tem que parar de achar que não aguenta – é isso que a parte cinza da internet nos oferece o tempo todo: “você não é capaz”. E você é! Eu sou capaz de aguentar porque eu reconheço que quem causou esse tombo fui eu, então, se eu tive forças para causar isso, eu também tenho para me reerguer! Que o que eu passei sirva de exemplo de que a vida segue – e ela deve seguir.

Enfim, um novo álbum. Quais são suas expectativas para ele?

São grandes, claro! Dessa vez o álbum tem algo ainda mais especial, que é a parte orgânica. Fizemos 12 músicas em duas semanas e eu nunca tinha feito algo parecido na minha vida. Foi algo mágico, até porque era um momento em que eu estava bastante vulnerável. O novo álbum tem uma representatividade e importância ainda maior e brilhosa. Estou curtindo essa minha nova era e estou orgulhosa de perceber a quão forte e corajosa eu sou. Eu tenho coragem de viver e vai ser tudo muito legal!

Fonte: Glamour
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