Paivi Rasanen, uma deputada finlandesa democrata cristã e ex-ministra do Interior, foi a julgamento, nesta segunda-feira (24), devido a comentários feitos em que descrevia a homossexualidade como um distúrbio de desenvolvimento e um pecado.
Para além de julgar a possível ofensa à comunidade homossexual, o tribunal distrital de Helsinque também vai decidir se citar a Bíblia pode ser considerado um crime na Finlândia.
Paivi Rasanen é médica e deputada do partido democrata cristão desde 1995, e ofendeu a homossexualidade em vários momentos, como no Twitter, em 2019, e num texto de opinião compartilhado online, em 2004.
Em 2004 escreveu que esta orientação sexual era - "um distúrbio do desenvolvimento" - e em 2019 afirmou ser "uma vergonha e um pecado" .
No artigo de 2004, Rasanen afirmou que as evidências científicas provavam inegavelmente que a homossexualidade é um distúrbio no desenvolvimento de uma pessoa e sugeriu que os relacionamentos gay no início da vida poderiam levar ao abuso sexual por homens adultos.
Já no seu comentário de 2019, no Twitter, questionou a decisão da igreja evangélica luterana finlandesa de fazer uma parceria com uma importante associação de direitos LGBTI para organizar um evento do Orgulho LGBTI e publicou uma fotografia com uma citação da Bíblia condenando as relações homossexuais.
Além disto, num programa transmitido pela estação de rádio pública finlandesa Yle, em 2019, Rasanen descreveu a homossexualidade como uma forma de "degeneração genética".
A deputada negou qualquer irregularidade e disse que as acusações contra ela eram infundadas. "Sinto uma grande responsabilidade porque estou ciente que este caso é histórico para a liberdade de expressão e liberdade de religião", disse a deputada à Reuters num e-mail antes do julgamento.
A acusação defende que a deputada deve ser multada pelas alegações feitas tanto online como na rádio e a emissora pública condenada a remover partes do programa de rádio em que são feitas afirmações ofensivas.
Ainda não existe uma data para a decisão do tribunal.