Msc. Ricardo Delfino Guimarães – Professor do IEMA – Polo Timon e Cesvale
Quando se pontua sobre sustentabilidade, podemos ressaltar que a sociedade percebia os recursos naturais como eterno, entretanto foi por meio das catástrofes ambientais e com práticas nocivas a natureza, essa visão fez com que o homem questionasse e refletisse sobre seu contexto no seu habitat, passando a ter um olhar sistêmico ao meio ambiente. Introduzindo, assim, o termo da sustentabilidade. Desde modo a questão da sustentável está em “vogue” hoje em dia é aplicado em diferentes discursos, hoje se fala em sustentabilidade social, sustentabilidade financeira, sustentabilidade comercial, sustentabilidade ecológica até em sustentabilidade ideológica. Porém, o que todos esses termos têm em comum é o emprego do equilíbrio e da permanência do homem na Terra.
Entretanto, a consciência do equilíbrio e da permanência por parte do homem sobre a sustentabilidade somente aconteceu no século XIX. No entanto foi na década de 50 e posteriormente com o acontecimento de várias catástrofes ambientais, dentre elas a de Bumbai na Índia, a crise do petróleo na década de 70 e a explosão de uma usina nuclear em Chernobyl na antiga União Soviética na década de 80.
Após essas calamidades esse termo, sustentabilidade ambiental, tomou proporções maiores de consciente em todo o planeta. A ideia que se tinha de uma natureza inesgotável caiu por terra, consequentemente favorecendo o surgimento da visão da natureza de forma sistêmica, em que todo o sistema natural está interligado, inclusive o homem, em que qualquer ação dele poderia interferir no processo da cadeia como um todo.
Contudo, é importante lembrar que sobre a sustentabilidade muito se falta fazer e discutir para se chegar ao ponto de equilíbrio entre o homem e a natureza. Muitos entraves deverão ser vencidos para que se possa chegar de forma satisfatória e harmoniosa ao desenvolvimento sustentável do nosso planeta.
São inúmeras as definições de sustentabilidade, mas o seu escopo é comum em todas elas. Produzir hoje sem comprometer o amanhã.
Bellen (2005) comentando a sustentabilidade, diz que o foco do conceito é a integridade ambiental e apenas a partir da definição do Relatório de Brundtland a ênfase desloca-se para o elemento humano, gerando um equilíbrio entre as dimensões econômica, ambiental e social.
O Relatório Brundtland, elaborado a partir do World Comissiono on Environment and Development (WCED), traz uma das definições mais conhecidas que afirma que o desenvolvimento sustentável é o que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer as gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades (WCED, 1987).
O conceito tradicional de sustentabilidade tem sua origem nas Ciências Biológicas e aplica-se aos recursos renováveis, principalmente aos que podem se exaurir pela exploração descontrolada da fauna e da flora. Uma gestão que se posiciona e dirige para a redução dos impostos ambientais decorrentes de suas atividades é fator indispensável para a sustentabilidade das futuras gerações. (GUERCIO, 2006)
Sendo assim, uma organização empresarial é considerada sustentável quando atende às expectativas financeiras de seus acionistas, tem uma atitude socialmente responsável perante a sociedade e possui medidas não agressivas ao meio ambiente (COPESUL, 2001).
Brugger(1999) lembra que analogamente, a expressão “desenvolvimento sustentável” abrange pelo menos dois significados bem gerais: um inclui sua dimensão política e ética e o outro diz respeito unicamente ao gerenciamento sustentável dos recursos naturais. E mais uma vez a dimensão técnico-natural é predominante.
Diante de toda a discussão acerca do conceito de sustentabilidade organizacional, é evidente a falta de uma unanimidade entre os autores. Alguns argumentos privilegiam a perspectiva interna da organização, ao passo que outros elegem a perspectiva externa como foco central do conceito. É possível encontrar pontos em comum, entretanto um significado que seja partilhado por todos e que contemple toda a complexidade do termo ainda não foi construído.
Portanto, a sustentabilidade é o modelo a ser alcançado pela sociedade como ideal. A adequação a este paradigma é pertinente à comunidade inserida neste contexto, seja praticada pela sociedade ou pelas indústrias.
Buscar alternativas para a sustentabilidade deve ser o foco em todas as camadas da sociedade. Para De Simone (1997), significa uma redefinição de que engenharia e tecnologia tornam-se o próprio desenvolvimento, quando convergem para o mesmo foco, ou seja, quando ambas trabalham com medidas e ferramentas sustentáveis, todos saem ganhadores (meio ambiente, sociedade e acionistas).
Para Barbieri (2004) trata-se de uma estratégia ambiental preventiva aplicada a processos, produtos e serviços para minimizar os impactos sobre o meio ambiente. Este modelo foi desenvolvido pelo PNUMA e pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi) desde a década de 1980, dentro do esforço para instrumentalizar os conceitos e objetivos de desenvolvimento sustentável. O aspecto mais importante da Produção Mais Limpa é que a mesma requer não somente a melhoria tecnológica, mas a aplicação de know-how e a mudança de atitudes.
O Relatório Brundtland, elaborado a partir do World Comissiono on Environment and Development (WCED), traz uma das definições mais conhecidas que afirma que o desenvolvimento sustentável é o que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer as gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades (WCED, 1987).
Montibeller (2008), elucida que o movimento ambientalista consegue produzir um conjunto de princípios em relação ao meio ambiente através dos protocolos e declarações emanados dos diversos fóruns e conferências mundiais e internacionais sobre o tema. Este conjunto formal constitui, hoje, a base do direito ambiental internacional e, por conseqüências de diversos países, como o direito ambiental brasileiro, o qual associa a proteção do meio ambiente ao desenvolvimento socioeconômico.
Sendo assim, uma organização empresarial é considerada sustentável quando atende às expectativas financeiras de seus acionistas, tem uma atitude socialmente responsável perante a sociedade e possui medidas não agressivas ao meio ambiente (COPESUL, 2001).
Nos últimos anos a preocupação ambiental no Brasil têm crescido e se tornado motivo de pesquisas voltadas às práticas ecologicamente mais corretas. Com a intensa degradação ambiental e as repercussões que esta causou à vida das pessoas, tornou-se necessário buscar formas de preservar o que existe e evitar maiores danos à natureza, e desastres ecológicos, uma vez que estes repercutem na vida de todos os seres vivos.
Demajorovic e Sanches (1999, p. 1) notam que em resposta às novas demandas e necessidades da sociedade, tentando adequar o discurso e a prática empresarial a esta nova realidade, conceitos como ética, responsabilidade social, desenvolvimento sustentável assumem um papel cada vez mais importante nas estratégias das organizações. Ou seja, o espaço para empresas que se restringem apenas à geração de riqueza está ficando cada vez menores e devem ser contemplados cada vez mais as dimensões social e ambiental. A variável ambiental passa a fazer pare do processo decisório empresarial, deixando assim de ser um fator exógeno e antagônico.
Observa-se que, diante das transformações da economia mundial, o desempenho ambiental passou a integrar as exigências de qualidade nos bens e serviços. Logo, as empresas bem sucedidas serão aquelas que consigam superar os desafios advindos da incorporação da variável ambiental em suas estratégias de longo prazo e que possam aproveitar as oportunidades que estão surgindo. Contudo a sociedade juntamente com as empresas tem uma interface que é a responsabilidade de tratar as questões ambientais com atitudes responsáveis não comprometendo as atuais e futuras gerações.
São inúmeras as definições de sustentabilidade, mas o seu escopo é comum em todas elas é: "Produzir hoje sem comprometer o amanhã".
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