O primeiro emprego é o desejo de muitos jovens. Além do desejo de ter sua independência financeira, muitos jovens necessitam do trabalho para contribuir com as despesas familiares. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma realidade desfavorável a essa parcela da população, uma vez que a taxa de desemprego entre os mais jovens está acima de 20% desde 2016, e o índice é ainda mais alarmante entre jovens com baixa escolaridade.
O desemprego é uma das pautas do Movimento VEM (Vamos Eleger Mulher). Naiara Moraes, mobilizadora do movimento, está realizando visitas em comunidades da Capital e, segundo ela, o cenário é semelhante ao apontado pelas pesquisas. “A desigualdade no mercado de trabalho afeta principalmente quem busca o primeiro emprego. A ausência de experiência no currículo aumenta o desinteresse das empresas”, aponta a advogada.
Segundo levantamento realizado pelo IBGE no último trimestre de 2021, as mulheres sofrem mais desigualdade, afetando 13,4%, em contrapartida os homens com 9,2%. “O desemprego é ainda maior quando falamos das mulheres, que muitas vezes precisam conciliar trabalho, casa e estudos. Nas visitas que estamos realizando em Teresina percebemos que as mulheres, muitas vezes, são chefes de família, ou até mesmo a única fonte de renda dos lares. Essa é uma parcela importante da população que necessita de um olhar direcionado do poder público, com a criação de mecanismos eficazes para inserção no mercado de trabalho”, comenta Naiara Moraes.
Mariana Cardoso tem 22 anos e está dentro desta estatística. A jovem não possui experiência profissional e há um ano está em busca de um trabalho. “Terminei o ensino médio e não fui aprovada em nenhuma faculdade ainda. Eu busco trabalho em áreas administrativas, tenho curso de informática básico, espero finalizar o ano empregada”, ressalta Mariana.
Naiara Moraes alerta que esse cenário foi agravado pelas crises econômica e financeira pelas quais passa o país. “Dados recentes da Fundação Getúlio Vargas apontam que mais de 25% dos brasileiros entre 15 e 29 anos nem estudam nem trabalham. Precisamos direcionar um olhar especial para essa problemática, que também afeta diretamente o desenvolvimento do país”, assevera a mobilizadora do Movimento VEM.