Um homem de 25 anos, que não foi identificado, levou um tiro na testa no último sábado (4), enquanto pilotava uma motocicleta no município de Araguaína, no estado do Tocantins. O curioso é que mesmo após ser baleado na cabeça o rapaz continuou seu trajeto normalmente e ao chegar em casa foi dormir.
Segundo informações, quando recebeu o disparo a vítima caiu da moto com o impacto, porém, não sentiu dor ou qualquer outra sensação que denunciasse que havia sido baleado. Ao chegar em sua residência o rapaz resolveu deitar um pouco e acabou dormindo.
Ainda segundo informações, a mão do rapaz foi quem o alertou sobre o ferimento ao ver que a camisa que ele usava no momento do disparo estava com marcas de sangue, ela então acionou a polícia.
Os agentes encontraram o homem em uma cadeira, consciente e lúcido, mas algo escorria de sua cabeça e parecia ser a massa encefálica. Então o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e o rapaz, encaminhado até o Hospital Regional de Araguaína.
Depois que a vítima foi atendida no hospital, os policiais foram informados pelo próprio quem efetuou os disparos e fizeram buscas na região, mas até o momento não localizaram o suspeito.
Explicação.
Para os especialistas, ter conseguido andar normalmente após levar um tiro na testa, embora “comum”, trata-se principalmente de muita sorte e a resposta está no ângulo do contato da bala.
O neurocirurgião Antônio Sérgio Guimarães explicou ao g1 que a lesão na cabeça provocada por arma de fogo pode não ser letal, a depender da área afetada, calibre utilizado, distância, posição do projétil e da vítima no momento do disparo.
"É comum, mas também é muita sorte. Se entra em ângulo reto, entra no crânio, mas se a bala entra meio de lado, bate e desvia. Pode ter lesado as partes moles, a pele, e o crânio. Se pega só a parte frontal, a pessoa pode sair andando. Mas isso depende de alguns fatores,primeiro do calibre, da energia do projétil, se está próximo ou muito longe e se o projétil entra no compartimento encefálico, se transfixa de um lado para o outro, o que é muito grave, ou se atinge um hemisfério só. A gravidade é menor mas também é grave. Depende muito do local que é atingido no crânio", disse o neurocirugião.