Motoristas e cobradores de ônibus realizam greve em São Paulo e pausam suas atividades nesta terça-feira (14).
De acordo com a SPTrans, a greve afeta 713 linhas e 6,5 mil ônibus, que transportariam 1,5 milhão de passageiros no pico da manhã.
São cerca de 15 empresas que realizam o transporte público na metrópole e apenas 12 estão operando normalmente.
A paralisação aconteceu após a proposta de aumento de 12,47% a partir de outubro ser rejeitada e, agora, também reivindica que a correção seja retroativa a partir de maio. Os motoristas e cobradores de transporte público pedem ainda a correção dos salários pela inflação, além de 100% das horas extras, fim da hora de almoço não remunerada e participação em lucros e resultados.
Boletim da SPTrans informou que a operação de ônibus ocorreu conforme o previsto em 24 das 40 garagens do sistema. No entanto, a partir das 4h, “a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida”. O terminal do Grajaú, zona sul da capital paulista, precisou ser fechado entre as 4h e 5h da manhã, depois manifestantes usarem dois ônibus para interromper a circulação de veículos, mas a situação já foi normalizada.
Durante a madrugada, apenas 46 das 150 linhas de ônibus estavam funcionando e a expectativa é que a atividade continue reduzida ao longo do dia, chegando a 24 horas de paralisação.
A greve também está refletindo no trânsito da capital paulista, com 149km de congestionamento registrados por volta das 9h da manhã, informou o prefeito Ricardo Nunes.
Com a paralisação, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio municipal para veículos de passeio. Assim, carros placas finais 3 e 4 podem circular no centro expandido. A regra se mantém para veículos pesados e as demais restrições: Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF).
Da mesma forma, os cidadãos que buscaram uma alternativa de transporte no Metrô também estão sendo prejudicados pela superlotação, pois as atividades da Linha 1 – Azul operaram com velocidade reduzida e maior tempo de parada por uma interferência na Estação Jabaquara e na Linha 2 – Vermelha também sofre com os mesmos problemas da Linha 1.
Em nota, a SPTrans afirmou que “lamenta a paralisação de linhas de ônibus municipais e espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população de São Paulo não seja ainda mais penalizada”. O comunicado informa também que solicitará à Justiça cobrança de multa, além de autuar as empresas que não estão cumprindo as viagens, citando decisão da Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, que determinou a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.